Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. (Mateus 6.6).
Às vezes falamos de oração mais do que a exercitamos. A verdade é que se pode escrever até um tratado sobre a importância da oração, sem ter experiência em oração. As palavras vão soar bonitas, serão conselhos bastante instigadores, mas que não servem para o escritor, se ele não tiver a prática de oração. Conselhos inúteis vindos de quem não dá a devida importância a esse maravilhoso momento a sós com Deus.
A palavra orar, no hebraico pãlal, tem o significado de julgar (oficial ou mentalmente), interceder, rogar, juízo, orar, fazer oração, fazer súplica. Obviamente, vamos fazer a aplicação, neste texto, para fins religiosos da palavra oração.
Do termo, depreende-se alguém fazendo petições a quem detém autoridade. É um subordinado se dirigindo ao superior para pedir algo, ou seja, um servo de Deus, dirigindo suas súplicas ao todo poderoso, detentor de todo poder e autoridade. Não podemos perder isso de vista. Senão, vamos confundir as coisas como alguns que acham que podem dar ordens para Deus. Eles dizem: "eu determino"; outros: "Você precisa encostar Deus na parede". Veja bem, nenhuma das duas coisas é possível. Não se pressiona Deus, nem se pode deixá-lo encurralado. Pois, se ele é perito em arrumar saídas para nós, não somos nós que o deixaremos preso.
Outra questão a se pensar é sobre o local da oração. É bem verdade que existe a oração congregacional, aquela que fazemos em conjunto. Mas essa se restringe ao culto público, em que fazemos orações de abertura dos trabalhos, oração de encerramento, e até fazemos petições conjuntas, nos chamados cultos de oração, intercedendo por nós ou por outras pessoas que declinam seus pedidos, ou que nos chegam ao conhecimento, momento em que se aproveita a oportunidade para, em igreja, nos engajarmos na causa apresentada. Essa oração não deve ser a nossa única prática, nem a principal.
O Senhor Jesus diz que nossa oração deve ser em secreto, como nosso texto-base diz. A facilidade que temos de nos exaltar, vangloriar, às vezes até humilhar outras pessoas com nossa fluência verbal durante a oração pública, é motivo que nos leva a pecar. Porque como disse o Mestre, como os hipócritas, vamos atrair a atenção das pessoas sobre nós, de modo que nossas petições não serão atendidas. O Mestre diz que quem ora para se aparecer, na verdade já recebeu o seu galardão, que não será a benção de Deus, mas a admiração das pessoas, e só.
Outra questão, será a nossa falta de sinceridade se orarmos somente em público, ocasião em que vamos omitir coisas que deveríamos confessar. Por isso a oração requerida é em secreto. Nos nossos momentos de intimidade com Deus, vamos nos despir de nossas aparências, vamos ficar mais à vontade com Deus, e contar a ele tudo o que nos incomoda. Desde a confissão de nossos pecados, às declarações de nossas frustrações. Tudo isso são coisas que em público não declaramos, porque não gostamos de admitir fraquezas, fracassos, quedas. Além, é claro, de que podemos, muitas vezes, nos gabarmos de quão "queridos e agraciados" somos pelo nosso Senhor, como se usando isso para fazer ciúmes aos que nos cercam.
Na oração secreta, nossa autenticidade nos leva a ser íntimos de Deus. Lembro-me que certa vez, minha esposa e eu, estávamos na comemoração de aniversário de uma amiga nossa, irmã de mesma denominação. No momento de partir o bolo, perguntou-se quem faria a oração. O genro da aniversariante disse: Vai orar aquele de quem Jesus está com saudade da voz. Essa frase me fez pensar sobre como temos gastado nosso tempo com tantas coisas, de modo que não nos sobra tempo para orar fora do culto público, e com isso o Senhor acaba sentindo "saudade" de nós.
Gosto muito do texto de Lucas 6.12 onde o autor escreve: E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus. Que maravilha! Conversar com Deus, ter intimidade com o pai era tão natural e prazeroso para Jesus, que ele começava a orar e parece que esquecia de parar. Quanto mais tempo ele passava a sós com Deus, mais tempo ele empregava nesses momentos. O Pai Eterno nunca precisou sentir saudade da voz de Jesus. E por esses momentos secretos que Jesus passou com Deus ele foi recompensado em público. Seja pela declaração do Pai sobre o Filho em quem se comprazia (Mateus 3.17), seja pela ressurreição da morte, ocasião em que Deus honrou as palavras de Jesus, que havia dito, ressuscitaria depois de três dias (Lucas 24.6).
Que Deus nos abençoe, para que possamos desenvolver uma vida de oração, de intimidade com Deus, em momentos secretos, que serão depois, reconhecidos e recompensados no momento que Deus julgará oportuno.
A oração é uma fonte de vitalidade espiritual, pois ainda que nossa carne esteja passando por alguma enfermidade, nossa mente por preocupações da labuta diária, ao nos apresentarmos diante de Deus, temos a certeza de que ele nos ouve, e não que ele vá fazer tudo por nós , mas certamente nos dará força e sabedoria para continuarmos a nossa caminhada.
ResponderExcluirAmém! Fico feliz com tua participação e pela consciência da importância da oração. Que Deus te abençoe sempre, Miguel. Abraço.
ExcluirRealmente esse texto nos leva a refletir que em nossa vida diária , não temos dado o valor devido a um momento tão precioso que é a oração e não é qualquer oração é um momento especial de.intimidade com o pai celestial e é maravilhoso quando estamos em secreto com o pai realmente parece estarmos face a face com ele não tem explicação que Deus possa estar sempre nos trazendo a memória as coisas boas o quanto é maravilhoso estar com ele que Deus te abençoe Sérgio por essa mensagem maravilhosa obrigada.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário. Que Deus te abençoe sempre. E que a vida de oração seja uma realidade para você.
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