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Siga o Mestre

Por Sergio Aparecido Alfonso

E chamando para si a multidão, com seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e segue-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre essa geração adultera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na gloria de seu Pai, com os santos anjos. (Marcos 8. 34-38)

É um discurso duro esse feito por Jesus. Ele chamou a multidão e os discípulos e proferiu as palavras acima afim de delimitar algumas coisas. Sobre o alvo do chamado, precisamos observar duas coisas. Primeiro, pelo fato de o Mestre chamar a multidão, e não apenas os discípulos, Ele deixa claro que quer alcançar a todos, que a porta está aberta para quem quiser entrar. É uma oportunidade universalizada. Essa conclusão é corroborada pela sentença "quem quiser vir após mim" no verso 34. Ou seja, dentre todos os presentes, a ninguém seria vedada a companhia de Jesus, bastando apenas que as pessoas manifestassem o seu querer. A segunda questão a se observar, é que as mesmas atitudes - que descreveremos mais abaixo - precisavam ser cumpridas por todos, e isso incluía o círculo mais próximo de Jesus. 
A ninguém que segue ao Senhor, ou pretenda segui-lo, será dado o privilégio de se excusar das responsabilidades ou das consequências de um compromisso assumido. O que o Mestre requer de uma pessoa, também requer de outra. Além disso, existe uma sequência de procedimentos a serem adotados por aqueles que se dispõem a estar com Ele. Não se trata de obras materiais ou visíveis, mas sim, de um conjunto identificador dos verdadeiros seguidores de Jesus. Por isso é necessário prestar muita atenção ao conjunto apresentado pelo Mestre para que depois não se diga que houve surpresa no meio do caminho. Ele disse: ... se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e segue-me. E agora sim, a partir do próximo parágrafo vamos nos deter um pouco sobre cada atitude da frase em destaque. Mas, antes, que tal um conselho? Ore antes de prosseguir, para que ao final possa dizer a si mesmo se vai assumir os itens referidos pelo Senhor.
A primeira atitude para ser um seguidor de Cristo é o quiser vir após mim. O mestre disse que se alguém quiser. Ou seja, é uma vontade deliberada? Se sim, quem estiver disposto, que abrace as demais atitudes de seguidores. Assim como o convite é de alcance universal, da mesma forma, ninguém é obrigado estar com Jesus. O Senhor se alegra com o voluntariado. Ele recebe aqueles que de vontade própria o querem, bem como, a tantos quantos queiram, serão recebidos. Ou seja, não há acepção de pessoas, nem limite quantitativo. Mas não se pode seguir o Mestre em função do que Ele pode dar, fazer, realizar. Também não é sincero um coração que busca a sua companhia por medo de alguma condenação futura; isso não é segui-lo porque ele é bom, e apenas usá-lo para fugir de um destino ruim. 
Em João 4. 23, 24, o Senhor esclarece sobre a voluntariedade, bem como da sinceridade e consciência dos adoradores. No verso 23, falando com a mulher samaritana,  Ele diz que ela e seus concidadãos adoravam o que não conheciam, ou seja, dirigiam adoração inconsciente a Deus; Já Jesus e os discípulos, por sua vez conheciam a quem adoravam. No verso 24 Ele fala sobre a adoração em espírito, e em verdade, que é o fator que distingue o verdadeiro do falso adorador. Adorar em espírito é ter o seu espírito envolvido na adoração, e adorar em verdade, é ter ciência do que está fazendo. É um adorar racional, sabedor do que está fazendo, e faz com compromisso e dedicação. O contrário disso é bajulação e não adoração. Aproximar-se de Jesus, pela mera aproximação, não quer dizer que Jesus será próximo da pessoa.
A segunda atitude é negue-se a si mesmo Uma pessoa que nega a si mesma, no sentido que Jesus requer, não vai se arrepender de segui-lo quando as lutas e perseguições vierem. Ninguém cheio de si pode ser seguidor de Jesus. Quem acredita ter mérito em seu relacionamento com o Mestre dificilmente terá humildade para buscá-lo e assumir suas fraquezas quando necessário. Ao primeiro revés, é a Jesus que a pessoa vai negar. Porque importa a autopreservação. Uma pessoa ensimesmada não vê motivos para ser moldada por Cristo. O ego vivo impede as pessoas de agirem em favor de outras a quem conhece, mais ainda impedidas ainda estarão de agir em nome de Jesus. 
O egoísmo não favorece a comunhão entre os irmãos de fé. E quando se trata de ego as pessoas costumam dar muita importância para o brio. Isso faz com que os valores pessoais se sobreponham aos valores de Deus. Negar-se a si mesmo é abrir mão daquilo que se tem por caro, por valorizado. Significa deixar para trás o seu status. Uma pessoa que não consegue negar-se a si mesma pensa ser autossuficiente, não se submete, não se subjuga. A obediência passa longe de seu ideal. O orgulho precisa ser quebrado para alguém conseguir abrir mão de si. É preciso esvaziar-se de si para ser completado por Deus. O Senhor espera que haja espaço para Ele no coração das pessoas. Se não houver autonegação, não haverá lugar para que Cristo habite nessa pessoa. 
A terceira atitude apontada por Jesus é tome a sua cruz. Se observarmos as implicações de carregar a cruz, no contexto de Jesus, veremos que se trata de uma série de situações desconfortáveis. Vamos citar algumas apenas para que se possa entender o preço desse compromisso. Em primeiro lugar, a cruz traz a pecha de maldição. Em Gálatas 3.13, Paulo vai dizer que Jesus se fez maldição por nós ao nos resgatar da condenação da lei. O apóstolo ainda cita a Escritura para lembrar os Gálatas que aquele que fosse pendurado no madeiro era maldito. Essa maldição não se resume ao entendimento de perversidade e maldade, mas também trazia em si o significado de abandono, desprezo, rejeição, culpa, de símbolo de tortura e condenação, e por fim, de execução para condenados por crimes graves. 
A pessoa maldita no contexto de um crucificado é alguém de quem o público escarnece, zomba, faz chacotas, acusações, profere palavras carregadas de ira e ódio. Alguém que está condenado à morte de cruz é alvo de todas as frustrações dos expectadores. Eles descarregam toda a sua raiva contra o carregador da cruz; até agressões físicas ocorrem contra quem leva o madeiro. Fora isso, uma cruz não é macia. É um instrumento feito de material bastante duro e resistente, a madeira, no caso. No período de Jesus essa cruz era lascada, nenhum tratamento era feito na peça para torná-la menos ferina ao contato com a pele, ou seja, não se tinha a menor preocupação de fazer um instrumento que não ferisse, pois, o objetivo final de uma crucificação era a morte do condenado, pouco importava se ele sangrasse no caminho. 
E mais, uma cruz não é leve. Trata-se de um objeto de certo peso. As pessoas que tomava a sua cruz para fins de se deslocar para o espaço onde seriam finalmente executadas, já haviam passado por uma sessão de maus tratos antecedentes. Vários filmes retrataram cenas sobre as agressões que o Mestre teria sofrido antes de ser escoltado até o Gólgota. Podemos ter uma noção do que se passou com Ele. Algumas vezes Jesus caiu pelo caminho, reflexo do cansaço por carregar algo pesado. Então, é preciso entender que na caminhada com Jesus, há percalços. Em texto semelhante, O Senhor alertou para a necessidade de se fazer cálculos para o trajeto com ele. Em Lucas 14.27-33, Jesus fala do preço a que se sujeita aquele que quer acompanhá-lo. 
Medir as consequências é preciso para não se decepcionar na jornada. A cruz significa, muitas vezes, afastamento das pessoas, não por opção de quem a carrega, mas daqueles que o cercam. Noutras situações, carregar a cruz tem o significado de abrir mão da própria vida. Foi o que Jesus fez por nós, quando Ele a entregou, no lugar de ser tirada dEle (João 10.18), para depois o próprio Mestre recuperá-la. Ele não amou a própria vida, mas a deu pela causa do reino de Deus. É o padrão que devemos seguir.
A quarta atitude contida no verso 34 de Marcos 8 é segue-me. É muito importante tem em mente a ordem de colocação das atitudes. Quem não quer voluntariamente caminhar com Jesus, não o fará por obrigação. Sem vontade própria não se abre mão da condição de vida confortável, o que torna impossível negar-se a si mesmo, ou seja, deixar para trás o orgulho, o brio, ter em mente a possibilidade de ser humilhado. Sem negar seu ego, carregar a cruz também está fora de questão. Como sofrer escárnio sem revidar, sem entrar em discussões acaloradas para rebater críticas, zombarias, vexações? Como suportar o afastamento, o desprezo, a rejeição do círculo social? Enfim, como pagar o preço de ser discípulo de Jesus? Tentar seguir a Jesus sem antes tomar as atitudes anteriores não haverá sucesso na jornada. 
Seguir a Cristo é viver de acordo com o seu modo de vida. Entre eles, oferecer a outra face (Mateus 5.39), não necessariamente apanhar segunda vez, levar dois golpes. Mas é no lugar de revidar, mostrar o perdão, indicar outro caminho que não o da disputa pela disputa. Não proferir uma ofensa em troca da ofensa recebida. Mas mostrar um caminho diferente para prosseguir, que é o da paz. Esforçar-se para ser pacificador (Mateus 5.9), porque na avaliação do Mestre, é feliz quem aparentemente perde para não estender embates infrutuosos, e não os que provam ter razão, ou ter mais força, melhores argumentos. Seguir Jesus é doar-se, sem esperar nada em troca.
A manutenção de ego, de status, da dignidade segundo a própria ótica, seguir o Mestre apenas de lábios sem arcar com as consequências, sem se indispor pela causa de Cristo, é coisa de quem quer preservar a vida secular em detrimento da vida cristã. Porém, não se deve confundir a defesa da causa de Jesus com o revide às agressões contra si mesmo. Defender a causa do Senhor é defender os seus valores, a moral e a ética cristãs. É falar de seu amor em todas as oportunidades. Falar de Cristo e do evangelho apesar das oposições. É viver retamente mesmo em vista dos convites para atos reprováveis por Deus. O contrário disso é querer seguir a Cristo e ao mesmo tempo amoldar-se ao mundo e suas opções. Perder a vida por amor a Jesus e ao evangelho pode chegar até mesmo à literalidade, ou seja, morrer de fato (Marcos 8.35). É o que hoje muitos cristãos estão enfrentando nos países ditos fechados para o evangelho. A organização Portas Abertas, tem em sua página na internet, uma lista com cinquenta países onde professar publicamente a fé cristã pode custar a vida da pessoa. A maioria desses países é de religião predominante islâmica. 
Mas a maioria dos cristãos vive nos ditos países livres para pregar o evangelho. Mas não o fazem. Alegam que não querem fragilizar amizades, afugentar as pessoas. Dizem eles que querem uma melhor oportunidade para falar. E tem os não querem se tornar o chato que só fala de religião. Alguns simplesmente não falam porque não querem correr riscos tais como, ser chamado a atenção, perder o emprego, ser zombado no ambiente escolar. Outros não querem levar o carimbo de retrogrado. Muitos outros acabam por concordar com os rótulos que dão ao cristianismo, tipo: machista, opressivo, radical, preconceituoso. 
Sim, muitos cristãos concordam com tais rótulos. Há aqueles que se calam diante de tais acusações, outros ainda endossam, chegando a dizer coisas tipo: Sou cristão mas não concordo com determinadas interpretações. Até aí, quase tudo bem, o problema é a pessoa calar-se e não apresentar interpretação nenhuma, e por isso, nunca falar do evangelho. A má notícia para esses cristãos nominais, e não praticantes, é que Tiago 4.4 diz que manter a amizade com o mundo é ter inimizade com Deus e reforça dizendo que quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Outro detalhe, Tiago começa o versículo chamando seus alvos de adúlteros e adulteras. 
Se olharmos para o Velho Testamento, vemos Deus chamando o povo de Israel de adúltero quando este se tornou infiel ao Senhor e foi atrás de outros deuses como no caso citado em Jeremias 3.9, entre outros textos. Através do profeta Jeremias, o Senhor fala da infidelidade espiritual daquele povo, usando um discurso forte, mas impactante e necessário. Depois de vários alertas nesse sentido, Israel foi levado para o cativeiro. É preciso, portanto, não medir o risco de se falar de Cristo para a sociedade, mas medir o risco de calar-se. E mais, a sociedade é afundada em seus pecados, e vive debaixo de uma péssima notícia. O seu futuro não é nada bom. A condenação e a ira vindoura estão sobre todos aqueles que desagradam a Deus. 
Ás vezes, até os zombadores estão aguardando uma palavra firme para mudar de vida. Precisam de um choque de realidade para ocorrer a transformação. O evangelho é a boa notícia para todos aqueles que estão em situação pecaminosa e perdida diante de Deus. Nem todos, mas eles aguardam a manifestação dos filhos de Deus, e de forma ardente (Romanos 8.19), ou seja, o mundo está esperando a pregação honesta e sincera da palavra de Deus. E não só isso, a humanidade espera que os cristãos assumam sua posição de seguidores de Jesus com a maior firmeza possível. Emudecer diante dessa sociedade, temendo as perseguições de quaisquer natureza, pode condenar os que estão à nossa volta pelo resto da eternidade. Os que abrirem mão do seu conforto, das suas posições sociais, e da própria vida, por amor a Jesus e ao evangelho, terão a recompensa do Senhor (Mateus 19.27, 28), conforme Jesus prometeu àqueles que deixaram para trás até mesmo os familiares. Significa dizer que aqueles que tiveram coragem de enfrentar a oposição até dos de suas famílias serão grandemente galardoados por não terem cedido à tentação de desistir.
Mas ainda existem aqueles que acreditam que podem servir a dois senhores, o que é impossível (Mateus 6.24), pois Jesus disse que é preciso escolher a quem servir e a quem aborrecer. Ou se serve a Deus, ou a Mamom, o deus das riquezas. Tentar agradar a ambos já é desagradar a Deus. Querer ganhar o mundo inteiro (Marcos 8.36), desvia o homem do foco principal, a salvação de sua alma. Gastar o tempo tentando angariar a confiança de todos, conseguir todos os bens, todas as amizades, todas as simpatias, pode não dar tempo de cuidar da própria vida espiritual. E isso leva à perda da alma, conduz ao tormento eterno, ao inferno, isso mesmo, sem meias palavras, inferno que se traduz em morte eterna. Nada do que o homem ajuntou durante a sua vida poderá ajudar no dia do juízo. Todos os seus esforços, todos os seus recurso, de nada valerão. As amizades e o círculo social não poderão testemunhar em seu favor. Até porque, essas testemunhas a quem se deu mais valor do que a Deus, nada ouviram para usar nem em favor delas mesmas. Tudo o que conseguiram foi afastar da presença do Senhor, aqueles que se acovardaram. 
Aos que elegem as opiniões mundanas em prejuízo de seu relacionamento com o Senhor, o Mestre pergunta no verso 37 de Marcos 8: Ou, que daria o homem pelo resgate de sua alma? Ganhar a simpatia de quem não quer nada com Deus adianta de que? O termo resgate é um dos sinônimos de salvação do hebraico yasha. Ou seja, Ao perguntar o que o homem pode dar em resgate por sua alma, o Senhor está na prática perguntando: O que o homem pode dar para salvar-se por si mesmo? Pode o homem operar a própria salvação? Ou ainda, o homem possui algo que possa substituir o meu sacrifício por ele? É preciso pensar nisso. Não há outra forma de ir ao Pai senão por Jesus (João 14.6). Não existe segunda via para ir a Deus. Não tem caminho paralelo. E não há outro nome entre os homens que teve tamanha honra de ser dado em nosso lugar em todo o universo (Atos 4.12). Jesus é o único nome por meio do qual podemos ser salvos. Por maior que seja o patamar social alcançado, por mais prestigiada que seja a honraria recebida, ninguém poderá ser apresentado como substituto de Jesus na tarefa de nos resgatar. Não há mais nenhum ente com tão grande valor diante de Deus para ser entregue em preço exato do resgate para cada alma. Por isso faz tanto sentido a frase "só Jesus salva", porque só Ele negou-se a si mesmo e tomou a cruz que era o nosso destino.
Em vista de tudo o que o nosso Mestre fez por nós, precisamos proclamar com a máxima alegria e intrepidez, o seu nome e a sua palavra. É pela palavra que as pessoas poderão chegar à fé em Deus e em Jesus. Somente quando as pessoas ouvirem a pregação é que poderão estar cientes do destino que as aguarda, sendo que a partir daí elas decidirão se rejeitarão ou darão crédito  ao evangelho que desperta a fé que salva (Romanos 10.16, 17). Mas para isso, os cristãos não podem se envergonhar. Essa atitude impede que as pessoas saibam quem é Jesus, bem como, depõe contra os servos negligentes. Ao verso 38 de Marcos 8, Cristo disse que se envergonhará daquele que tiver vergonha dele e do evangelho diante da multidão a quem ele chama de adúltera e pecadora. 
Como já sabemos por considerações em parágrafos anteriores, o termo adultério pode ser esse pecado especificamente, mas também traz o significado de infidelidade espiritual. É como se o Senhor estivesse dizendo que a geração à qual ele se refere como adúltera o estivesse traindo. E de fato, tudo e todos fomos criados por Deus Pai, que é um com o Filho e o Espírito Santo. Em Colossenses 1.16 Paulo diz que tudo foi criado nele, por ele, e para ele. E de fato é um ato de deslealdade não servi-lo, não adorá-lo, e pior ainda, é colocar algo ou alguém antes dEle. Por isso os incrédulos são chamados de geração adúltera. Mas Ele vai além, chamando aquela geração também de pecadora. Trata-se de algo maior do que parece, porque pecadores ainda somos todos. Mas como disse 1 João 3.6, quem permanece nEle não vive pecando. Ou seja, pecar não é uma prática na vida dos seus servos. Ainda que caiam em algum pecado, é diferente de receber o adjetivo pecador. A referência que Jesus faz a uma geração pecadora é àqueles que pecam por contumácia. Pecam porque têm prazer no pecado, sentem satisfação em pecar, são pessoas para quem o pecado é um estilo de vida. É o pecado cultivado por corações rebeldes, pirracentos e birrentos. É como a criança, que no supermercado, pede algo e em recebendo um não como resposta, deita-se no corredor das prateleiras e soca e chuta o chão ao mesmo tempo, fazendo manha e dando gritos, causando vergonha e ira nos seus pais.
E aqui fica a pergunta: Como pode alguém ainda se envergonhar de Jesus, o Santo, diante de uma multidão que está perdida em seus delitos e pecados, sendo ela a parte que deveria estar envergonhada pelos atos praticados? É uma inversão de valores. É como se fosse preferível ser corrupto e considerar a honestidade algo feio. Isso é muito arriscado. Envergonhar-se de Cristo é trocá-lo pela multidão. E como fica a situação de alguém que faz essa troca? Essa pessoa simplesmente abre mão do apoio de Jesus diante de Deus, e, portanto, perde todas as possibilidades diante do Pai. Ninguém pleiteará a causa de alguém que age assim. Só Jesus pode fazer mediação entre nós e Deus (1 Timóteo 2. 5 e 6), e no tempo oportuno servir de testemunho em função do preço que ele pagou pela vida de cada um. Esse testemunho serve tanto para nos abonar e nos tranquilizar diante de Deus, quanto para testemunho contrário àqueles que o rejeitam.
Sabedores das implicações da rejeição em relação a Jesus, cumpre-nos orgulharmo-nos de ser seus servos. Que coisa horrível deve ser no dia do juízo, por causa de timidez e escolha equivocada ao lado do mundo, testemunhar Cristo vindo na glória do Pai, na companhia de seus santos anjos e não poder participar de tão gloriosa felicidade. Portanto, proclamemos o nome de Jesus a todas as nações, povos e línguas. A todas as pessoas de todas as camadas sociais. Anunciemos o seu reino e seu amor. Afinal, as multidões de pecadores contumazes é que deveriam se esconder por causa de sua conduta. Quanto as servos de Cristo, estes sim, deveriam a plenos pulmões proclamar seu amor por Jesus e seu compromisso com Ele e sua palavra. Assumir o risco para uma maior gloria que será revelada para nós (Romanos 8.18), a qual não pode ser ofuscada nem comparada com os sofrimentos que tivermos que enfrentar agora. Assumamos as atitudes de seguidores de Cristo.

Comentários

  1. Boa tarde doutor. Eu é que agradeço a visita ao blog e a leitura dos textos. Deus o abençoe.

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  2. De fato, para ser um verdadeiro seguidor de Jesus, é necessário que a sequência dos "requisitos" sejam seguidos fielmente. Caso isso não acontecer, o "seguidor" não terá êxito em sua caminhada, pois deixou de seguir os passos orientados pelo Mestre, que não erra!

    Parabéns pela reflexão!

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  3. Graça e paz. Agradeço o apreço da leitura e a visita ao blog. Bem destacado por você. Não dá para pular etapas. Deus é fiel aos próprios princípios, ele não os burla por ninguém.

    Abraço.

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