Pular para o conteúdo principal

O Senhor conserta tudo


Por Sérgio Aparecido Alfonso

E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe; Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. (Gênesis 3.8-12)





Esta história é bem conhecida. Já rendeu filmes, propagandas, músicas, peças de teatro, poemas, poesias, esculturas, pinturas e outras formas de expressão artística. Mas o fato é que esta passagem bíblica narra uma série de atitudes negativas, que vão desde rebeldia, traição, desobediência até tentativa de fugir da responsabilidade. O Senhor criou Adão e Eva. Mas antes. Ele criou todas as outras formas de vida, inclusive, os animais. Deus tornou a terra propícia para receber os moradores humanos. Tudo de que eles necessitavam foi colocado no planeta, precedendo a sua chegada. Quando o ser humano foi criado, de antemão tinha à sua disposição todas as coisas, não precisou improvisar nada, não havia nenhum trabalho a fazer para prover o que necessitava.
Terminada a criação, Deus fez o homem e a mulher para que eles governassem sobre a sua obra, fauna e flora em geral. Ele fez primeiro o homem e em Gênesis 1.26 mandou que esse dominasse sobre a criação. O sentido aqui é de governar, administrar, tem a ver com cuidado. Lembre disso: os seres racionais deveriam governar e dominar sobre os seres irracionais. Depois, em Gênesis 1.28 ele menciona a criação do homem e da mulher. Já em Gênesis 2. 7-22 o Senhor dá mais detalhes da formação do homem e da mulher e a missão dada a eles. Deus criou o Éden, onde pôs o casal para viver, e depois um jardim dentro do Éden e transportou o homem e a mulher para esse jardim. Sobre a formação da mulher, repare que a primeira referência que o Senhor faz sobre ela é que ela seria uma ajudadora, uma auxiliadora para Adão (Gênesis 2.18), além disso, Deus diz que ela será idônea, ou seja, apta, capaz, hábil, competente. Deus não estava criando mais um fêmea simplesmente. Eva era tudo o que Adão precisava, pois, havia muito trabalho para ele. Os animais eram encaminhados para o homem para que ele os nominasse. De par em par, macho e fêmea de cada espécie eram trazidos a Adão para que ele os observasse e definisse como seriam conhecidos. Deus passou assim a trabalhar em parceira com o homem, dando a ele liberdade para imprimir sua marca na criação já consolidada.
Mas a solidão de Adão era considerada por Deus. Ao verso 20 de Gênesis 2, a preocupação do Senhor Deus com a solidão do homem continuava. O Senhor verifica que tudo vai bem com os animais e as plantas, tudo completo; Adão desempenhando bem o seu trabalho, mas Deus não deixa de se incomodar com a falta de uma ajudadora idônea, ou seja, uma auxiliar, uma assistente que fosse competente, capaz, habilidosa. Então o Senhor fez cair profundo sono sobre o homem Adão (Gênesis 2.21, 22) e abriu o seu lado, tirou uma de suas costelas, fez a mulher e a entregou a ele. Adão por sua vez, satisfeito pronunciou uma sentença:

Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gênesis 2. 23, 24).

Adão, como sempre, ao acordar exerceu sua função de dar nomes à criação, chamando sua companheira de mulher. Ele recebe a sua companheira tal como ela tinha sido idealizada por Deus. Uma ajudadora, idônea, de modo que os dois estavam aptos a dividir o mesmo espaço, as mesmas aspirações, pois, uma vez que Eva era feita da mesma substância que Adão possuía, eles eram iguais, possuíam modos de pensar e agir semelhantes. Tinham tudo para dar certo. Ademais, a parceria do casal ia além do trabalho. Se estendia a uma vida comum a ponto de os dois poderem viver debaixo do mesmo teto em uma união matrimonial. Homem e mulher deixando seus ascendentes e se unindo para formar o seu clã, proliferar, ou seja, multiplicar-se gerando prole, os próprios descendentes. O casal original foi idealizado de modo que um e outro seriam unos. Atacar um era o mesmo que atacar o outro, abençoar um era o mesmo que abençoar o outo. A junção era tamanha que jamais deveriam ser vistos como pessoas autônomas, mas indivisíveis. Tinham que andar juntos.
Assim, o tempo passou e Deus fez o jardim que foi plantado no meio do Éden, e o casal foi morar lá. Deus mesmo o transportou para o jardim. Imagino que tivesse sido um presente do Senhor, para o casal, em prêmio pela bela parceria que o homem e a mulher fizeram. Não fossem suficientes as maravilhas da criação com as quais estavam acostumados, o melhor das melhores coisas estava concentrado no jardim. Tudo estava à disposição de Adão e Eva. Apenas uma vedação, um alerta lhes foi dado. Em Gênesis 2.17 o Senhor disse que no meio do jardim havia uma árvore que Ele definiu como a árvore do conhecimento do bem e do mal, cujo fruto não deveria ser consumido, pois, no dia em que eles o comessem, morreriam. 
Certa vez, quando Eva passeava pelo jardim, foi interpelada pela serpente, que era o animal mais astuto entre todos (Gênesis 3.1), que tratou de lançar na mente da mulher a semente da dúvida, perguntando se não era verdade que Deus havia dado todos os frutos do jardim em mantimento para o casal. Nos versos 2 e 3 Eva confirma, mas também menciona a vedação ao fruto do conhecimento do bem e do mal, do qual, caso comessem, morreriam. A serpente rebate no verso 4 dizendo que se comessem não morreriam. Noutras palavras, a serpente disse que Deus estava mentindo. A mulher, um ser racional, parou para dar ouvidos aos argumentos da serpente, um ser irracional. O resultado não poderia dar noutro. A ordem de governo na criação foi invertida, de modo que quem deveria dominar foi dominada, e por fim, perdeu o governo sobre si mesma. A mulher que deveria ser uma assistente apta para ajudar Adão a conduzir as demais formas de vida, foi manipulada pela criação.
O animal astuto prossegue na estratégia de convencimento, e no verso 5 afirma que bastava comer do fruto que os olhos de ambos, homem e mulher, seriam abertos e eles seriam como Deus, sabedores de todas as coisas, quer fossem más, quer fossem coisas boas, e não morreriam por causa disso. Não se pode determinar se Adão estava com Eva no momento em que o diálogo foi travado com a serpente, bem como, não se pode afirmar que ele não estava presente. Mas também pode-se depreender que ele estivesse em outro local. Independentemente disso, Eva mudou sua percepção em relação ao fruto, e passou a observa-lo com um olhar diferente, analisando-o sob uma nova forma de interpretação. Ao verso 6, o texto diz que ela concluiu que a árvore poderia dar alimento sim, era bonita e que tinha algo a mais para oferecer, no caso, entendimento. A mulher perdeu sua idoneidade, ou seja, sua aptidão como auxiliadora competente.
Eva tomou do fruto e comeu, depois deu desse fruto ao seu marido, e Adão comeu, aparentemente sem oferecer resistência, sem questionar. O verso 7 de Gênesis 3, diz que os olhos de ambos se abriram, momento em que marido e mulher se perceberam nus. Eles não eram cegos antes disso, mas a sua nudez era coisa de somenos importância. Andavam livremente sem cobertura e isso não os incomodava, porque seus olhos não eram voltados para isso. Mas de repente, acharam necessário fazer aventais com as folhas de figueira para se vestir. E essa foi a primeira demonstração de que o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, produziu, no coração do homem, a malícia. O que era natural ganhou uma perspectiva diferente, despertando sensações novas.
Atento a tudo, vem o Senhor. Como de costume, ao final do dia Deus visitou o homem (Gênesis 3.8, 9) e falou com Adão, mas desta vez teve que chamar, porque o homem não se apresentou. Deus deu uma chance para Adão, chamando-o e perguntando sobre seu paradeiro. Não é que o Senhor não soubesse onde o casal estava, mas queria do homem uma atitude consciente, refletida. A resposta de Adão não foi boa. Já malicioso, ele disse que estava nu (Gênesis 3.10) e por isso buscou a privacidade, como se isso fosse possível diante do Senhor. Esconder-se do Todo Poderoso e onisciente foi a segunda ação produzida pelo consumo do fruto proibido. Decepcionado, Deus perguntou quem havia mostrado que eles estavam nus (Gênesis 3.11) e se eles tinham comido o fruto da árvore que lhes fora vedado. Noutras palavras, Deus perguntou: Adão, desde quando a tua nudez ganhou importância para mim? Fui eu quem te fiz, eu conheço tudo, lembra? Já sei, vocês não se contiveram e sua curiosidade os venceu, não foi isso?
Como resposta, conhecemos a terceira manifestação da maldade na vida do homem, produzida pela desobediência que os levou a ultrapassar os limites. Como alguém que foge da responsabilidade, ao verso 12 de Gênesis 3 Adão diz: Foi a minha mulher, aquela que o Senhor me deu por companheira. Ela comeu do fruto, me trouxe e eu comi. Adão não só tentou passar a culpa para Eva, mas indiretamente ele tentou colocar Deus no negócio mal feito, afinal, foi a companhia que Deus deu a ele que o induziu o erro. O Senhor prossegue na investigação e no verso 13 vai até a mulher e pergunta porque ela fez aquilo. A mulher disse que foi enganada pela serpente e por isso comeu. Não se dando por satisfeito, Deus identifica a origem da culpa, que era da serpente, que prefigura o próprio Satanás (Gênesis 3.14) e profere a sentença do réptil sagaz.
Portanto, uma lição clara é que nada que seja errado pode ter vindo de Deus. O Senhor não inventou o pecado. Pelo contrário, Ele nos quer afastado disso. Não se pode receber uma oferta pecaminosa que aparentemente resolve um problema e dizer: É de Deus. Por mais que pareça bom, mas não é certo segundo o ponto de vista de Deus, então é pecado. Tudo que é pecaminoso vem do diabo, porque nele se origina todo e qualquer tipo de pecado.
Ao sentenciar a serpente, a primeira penalidade foi a condenação À locomoção por rastejo. Diferente das ilustrações em pintura que mostram a serpente apanhando o fruto e dando à mulher como se tivesse membro, a bíblia nada diz sobre o animal ter feito algo além de proferir palavras de convencimento. Apesar disso, uma linha de evolucionistas diz que as cobras provêm de répteis jurássicos que tinham membros. Segundo biólogos de hoje, ainda existem vestígios de pernas voltados para dentro do ventre, em espécies como pitons e jiboias. Como sou criacionista, acredito que se havia algum membro em serpentes, eles foram retirados por Deus.
Fora o rastejo, o Senhor ainda estabeleceu que haveria inimizade entre o homem e a serpente. Ela seria alvo de desprezo, repulsa, e medo por parte da humanidade. Condenada ainda em Gênesis 3.15, a ser morta sempre que se encontrasse com o homem. Como ela o pode ferir, caso seja vista antes, será morta com esmagamento da cabeça. E de fato, já vi pessoas matando cobra, a cabeça é o local em que se buscava atingir primeiro. Por causa da forma rasteira, traiçoeira e silenciosa que a cobra usa, o homem, naturalmente, não confia em deixar uma delas ir embora viva, caso encontre uma. Existe o receio de que ela volte.
Pronunciada a sentença da serpente, Deus continua o processo. Se dirige à mulher e no verso 16 diz que multiplicaria as dores na hora do parto, e o momento de parto seria longo. Ou seja, dores por um momento estendido além do originalmente pretendido pelo Senhor. Também Ele disse que o desejo dela seria para o seu marido, e ele a dominaria.
A mulher viu que a árvore do fruto proibido era aprazível para dar entendimento. Com a aquisição do entendimento, a mulher certamente tinha o desejo de governar o homem. Ela foi feita para ser a ajudadora, e não se pode negar que era com Adão que Deus falava tete a tete. Não adianta tentar suavizar o significado das coisas. Adão era o líder e Eva a auxiliar. Mas ela desejou ter proeminência. Fazendo parte de sua sentença, o desejo dela foi para Adão. Não só o desejo que se expressa na intimidade, mas o desejo que trocar de papel social. E se observarmos hoje, ninguém pode, honestamente, negar que existe desequilíbrio da ordem social quando papéis diferentes são assumidos, forçando a aceitação da artificialidade. O desejo de domínio que a mulher teve foi transferido para o homem. Alguém pode pensar, que isso é machismo. Que reclame com Deus!
E por fim, a sentença do homem. Em Gênesis 3.17-19, Deus trata especificamente com Adão. Porque ele deu ouvidos à voz de sua mulher, cedendo à tentação, e comendo do fruto que o Senhor disse a ele pessoalmente, não coma, e toda a criação foi condenada junto. A ordem foi dada originalmente a ele. Adão não foi punido por culpa do que Eva fez, ou porque deixou Eva cair; Adão foi punido pelo próprio erro. Por causa dele a terra foi amaldiçoada, de modo que precisaria lavrá-la para obter o alimento. Antes não precisava, tudo era ao alcance das mãos. Mas a partir da sentença a erva daninha se multiplicaria para competir com a boa semente; o homem teria cansaço e enfado todos os dias para produzir o próprio alimento. E por fim, a falibilidade de seu corpo, que seria depositado na terra quando já sem vida, para conhecer a decomposição. Tirado do pó para coroar a criação, voltou ao pó para alimentar o pasto.
Depois de terminado o julgamento, Deus se encarregou de substituir as roupas ineficientes e rapidamente perecíveis, feitas por Adão. O Senhor providenciou roupas de pele (v. 21) ocorrendo na ocasião o primeiro sacrifício para cobrir as consequências do pecado. Como diz em Hebreus 9.22, …e sem derramamento de sangue não há remissão. A árvore do conhecimento do bem e do mal não deu tantos conhecimentos para Adão e Eva como eles pensavam. Logo viram, que até para coisas básicas, como vestir-se, continuariam precisando de Deus. Só que uma vez seduzidos pelo pecado, a maldade não parou. Agora pecadores, homem e mulher ainda corriam o risco de cometer novas rebeldias.
Além de ser maliciosos, poderiam ser tentados ainda a querer viver eternamente. Por isso, dos versos 22-24, o Senhor toma providências para impedir o acesso de Adão e Eva à árvore da vida que estava no centro do jardim. Além de expulsar o casal do jardim que foi plantado no Éden, Deus ainda escalou anjos da classe do querubins para ficarem de guarda ao lado oriental, ou seja, do lado de onde nasce o sol, ou aina, ao lado leste. Também uma espada flamejante, superaquecida a ponto de ficar encandecida, vermelha como brasa, foi colocada para correr em volta do jardim. Assim, o território de deleites ficou proibido para o casal original. A árvore da vida se tornou inacessível para eles. Acabou a esperança da eternidade.
O prejuízo de Adão e Eva não ficou apenas material. Eles perderam também a presença de Deus. Como vimos em versos anteriores, Deus os visitava na viração do dia, ou seja, à tardinha o Senhor vinha falar com seus servos. Mas, exercendo a sua malícia, eles se esconderam de Deus. Houve separação entre o Senhor e sua criação. O pecado não permite a aproximação. Isaías 59.2 diz que as nossas iniquidades causam separação entre nós e o nosso Deus, e os nossos pecados encobrem o rosto de Deus para conosco. Isso, claro no sentido metafórico.
Quando Adão e Eva perceberam o que tinham feito de errado, eles evitaram se apresentar ao Senhor. Deus veio ao encontro deles como sempre o fez. Mas a santidade de Deus fez com que os pecadores fugissem dEle. É por isso que o pecado causa separação entre pecadores e Deus. Quando a consciência nos acusa, a atitude vai ser a de esconder. O que o homem fez no jardim foi isso: Ouvi tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me (Gênesis 3.10). A consciência pesada os fez afastar-se de Deus.
Inicialmente, não para se inteirar dos fatos, porque Deus sabe todas as coisas, mas para obter do homem a confissão de seus erros, o Senhor faz perguntas a Adão. Se aproxima dele, ouve atentamente cada alegação, para depois proferir a sentença, de modo que o homem tivesse conhecimento pleno do que estava acontecendo e a consequência dos seus atos. Nada do que foi feito em termos de punição foi à revelia de Adão e Eva. Eles puderam pensar sobre tudo o que fizeram. O diálogo não foi tão breve como parece ser na Escritura. O casal teve todo o tempo do mundo para calcular o peso dos seus procedimentos e o resultado de cada plantio.
Após a conversa com Adão e Eva, Deus toma a atitude de tirá-los do jardim, fechar o acesso à árvore da vida, escalar vigias e tudo mais, como quem dissesse: Tudo bem, vocês se esconderam de mim, eu vou respeitar isso. Só mantive o diálogo para deixá-los a par do que estava prestes a fazer. Terminado tudo, me afasto de vocês, conforme parece ser o que vocês queriam quando não queriam se apresentar a mim na última tarde.
A partir daí, é possível pensar que o Senhor de fato se afastou, porque respeitou a posição de Adão e Eva. Deus não vinha mais de iniciativa para não se “meter” na vida dos humanos de forma indevida. Embora continuasse a cuidar de tudo, esperou que o homem voltasse a entrar em contato. Ao que parece, o Senhor esteve presente, mas em silêncio. Até que nasceu Sete, o terceiro filho de Adão e Eva (Gênesis 4.25), o qual deu aos seus pais um neto chamado Enos, (Gênesis 4.26), sendo que a partir de Enos se passou a invocar o nome do Senhor. O homem finalmente se tocou que precisava de Deus.
Com o tempo, o ser humano outra vez de afastou de Deus. Depois do nascimento de Moisés, as pessoas ofereciam sacrifícios a Deus. Mas de nada adiantava. Em Isaías 1. 11-15, o Senhor Jeová claramente diz que está farto dos sacrifícios de seu povo, as ofertas eram vãs, Ele não podia mais suportar as injustiças de Israel, as festas e demais solenidades eram odiadas pela alma de Deus; o Senhor escondia os olhos para não ver as mãos estendidas em direção a Ele como forma de louvor, que ele sabia ser fingido. Nem mesmo com orações multiplicadas o Senhor os ouviria. A hipocrisia do povo era grande. Tudo o que ele queria era que eles (Isaías 1.16-18), se lavassem se purificassem, parassem de fazer o mal, buscassem fazer o que era justo, e depois disso, o procurassem e poderiam argumentar com ele. Ainda que os pecados deles fossem como a escarlata, ou seja, cores vermelhas vivas e berrantes, que se sobrepusessem ao brancor de um tecido, ainda assim, Ele os purificaria.
Porém, o homem é cheio de idas e vindas. A humanidade está se escondendo como Adão e Eva, ou, está afundada na sua hipocrisia cúltica, enganando-se a si mesma, como se estivesse acreditando agradar a Deus com atos que nada representam de fato. Assim, como Deus vinha conversar com o homem toda tarde no jardim, de novo Ele veio. Ele enviou o seu Filho Jesus para falar conosco todos os dias. Ele manteve-se em silêncio aguardando a invocação ao Seu nome por parte da humanidade. Mas o homem foi incapaz de se achegar a Ele. Por isso, demonstrando o seu amor incomensurável, enviou o seu Filho para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16). E não é qualquer vida. Adão e Eva quando comeram do fruto não tiveram morte instantânea, mas perderam a plenitude de vida, que era caracterizada, sobretudo, com a presença de Deus no seu dia a dia.
Quando Adão e Eva tiveram de se acertar com Deus, cada um recebeu a paga por seus atos. Eva colheu o que plantou, igualmente aconteceu com seu marido. A mulher respondeu por suas atitudes. O homem também. Adão não foi punido porque, nos ditos de pessoas por aí, era um marido presente/ausente. Não. O Senhor, quando o puniu, não disse: Vou te punir porque você deixou Eva falando com a serpente, que a seduziu e ela caiu em tentação por tua culpa; por isso, você será responsabilizado pelo que aconteceu com tua mulher. Definitivamente, não. Cabe a cada um julgar os próprios atos, porque somos responsáveis individualmente (Romanos 14.12), pois, cada um deve dar conta de si mesmo.
Assim como Deus individualizou a culpa de cada um, como em Gênesis 3.14-19, Ele quer tratar com cada um de forma individual para restauração. E vai ser assim. Por isso a Escritura diz: Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10.13) depende de você. Até o presente momento, uma enorme parte da humanidade está longe de Deus, escondida entre as árvores da existência, porque foram apanhadas em pecado. Estão ouvindo a voz do Senhor, mas se esgueiram entre a vegetação. Foram desnudados em seus pecados, mas tentam com o esforço próprio produzir algo que cubra a sua vergonha. Mas não há sacrifícios a apresentar. Já está consumado.
A bíblia diz em Hebreus 9.28, que Jesus se ofereceu de uma vez por todas para tirar os pecados de muitos, ou seja, de tantos quantos confiam no seu sacrifício. E ele virá segunda vez para buscar todos aqueles que confiam na salvação que só Ele pode dar. Jesus Cristo é o caminho, e a verdade e vida (João 14.6). A vida eterna está em Deus, e no próprio Jesus, seu Filho. Se o acesso à árvore da vida foi fechado para Adão e Eva, para nós foi liberado por Cristo Jesus, sendo ele mesmo o caminho e a própria fonte de vida eterna. É só entrar por esse caminho e você terá a vida perpétua. E assim, oura vez a nudez humana foi coberta por obra de Deus, não há mais vergonha a passar, porque Deus fez do seu jeito. Se você se sente sem solução, saiba: O Senhor conserta tudo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Semeador e sua função; A terra e seu potencial

Por Sergio Aparecido Alfonso 1. Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia. 2. Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas, no decorrer do seu doutrinamento. 3. Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. 4. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5. Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. 7. Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto. 8. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um. 9. E acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 10. Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. 11. Ele lhes

Você sabe o que é "Simonia"?

            Com certeza sabe. Talvez você apenas não tenha ouvido falar desse termo anteriormente. De plano, o que se pode afirmar é que se trata de uma forma de corrupção. Mas, você sabe o que é "toma lá dá cá"? Este segundo é um adágio usado no meio político. É a maneira imoral de alguém conquistar domínio, poder, prestígio, influência, galgar novos postos hierárquicos e destaque, entre outras satisfações de egos, usando para isso a máquina pública.            É também um meio usado por governantes inescrupulosos para garantir a maioria de votos dos parlamentares em seu favor no legislativo para fins de aprovação de projetos de seu interesse. É uma via de mão dupla, onde o governo compra a lealdade do parlamentar com algum tipo de recurso, e o parlamentar compra o recurso com sua lealdade. Isso se dá em forma de distribuição de cargos políticos, de preferência os mais importantes, para garantir o apoio da base de sustentação parlamenta

Roteiro sugerido para evangelização

Por Sergio Aparecido Alfonso Uma das atividades mais nobres da igreja, e ao mesmo tempo mais negligenciada, é  a evangelização. Muitas vezes sobra boa vontade, mas falta preparo, outras vezes ocorre  o contrário. Evangelizar, segundo STILES (2016), é a exposição do evangelho de forma  persuasiva. Ou seja, evangelização é a pregação do evangelho de modo a convencer o  ouvinte, levando-o a tomar uma decisão. Mas o cristão somente conseguirá atingir o  intento de persuadir alguém por meio da pregação do evangelho se estiver impregnado da  Palavra, de modo que pregue com convicção, enfim, demonstrando que realmente  acredita na Palavra de Deus. O pastor e professor John MacArthur (2017), trata a evangelização como um estilo  de vida. No entendimento dele, o cristão vive a atividade de evangelismo como algo que  faz parte de seus hábitos e costumes, faz parte de sua vida é algo como que  paradoxalmente natural para que experimentou o nascimento espiritual. Nesse diapasão  vem Spurgeon (2015