Por
Sérgio Aparecido Alfonso
E
ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração
do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor
Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e
disse-lhe; Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e
temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou
que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não
comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira,
ela me deu da árvore, e comi. E disse o Senhor Deus à mulher: Por
que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
(Gênesis 3.8-12)
Esta
história é bem conhecida. Já rendeu filmes, propagandas, músicas,
peças de teatro, poemas, poesias, esculturas,
pinturas e outras formas de expressão artística. Mas
o fato é que esta passagem bíblica narra uma série de atitudes
negativas, que vão desde rebeldia, traição, desobediência até
tentativa de fugir
da
responsabilidade. O Senhor criou Adão e Eva. Mas antes. Ele criou
todas as outras formas de vida, inclusive, os animais. Deus tornou a
terra propícia para receber os moradores humanos. Tudo de que eles
necessitavam foi colocado no planeta, precedendo
a sua chegada. Quando o ser
humano foi criado, de antemão tinha à sua disposição todas as
coisas, não precisou improvisar nada, não
havia nenhum trabalho a fazer para prover o que necessitava.
Terminada
a criação, Deus fez o homem e
a mulher para que
eles governassem
sobre a sua obra, fauna e
flora em geral. Ele fez
primeiro o homem e em Gênesis
1.26
mandou que esse
dominasse sobre a criação.
O sentido aqui é de governar, administrar, tem
a ver com cuidado. Lembre
disso: os
seres racionais deveriam governar e dominar sobre os seres
irracionais. Depois,
em Gênesis 1.28 ele menciona a criação do homem e da mulher. Já em Gênesis 2. 7-22 o Senhor dá mais detalhes da formação do homem e da
mulher e a
missão dada a eles.
Deus criou o Éden, onde pôs
o casal para viver, e depois
um jardim dentro do Éden e transportou
o homem e a mulher para esse jardim. Sobre a formação da mulher,
repare que a primeira referência que o Senhor faz sobre ela é que ela seria uma ajudadora, uma auxiliadora para Adão
(Gênesis 2.18), além disso, Deus diz que ela será idônea, ou
seja, apta, capaz, hábil, competente. Deus não estava criando mais um fêmea simplesmente. Eva era tudo o que Adão
precisava, pois, havia muito trabalho para ele. Os animais eram encaminhados para o homem para que ele os nominasse. De
par em par, macho e fêmea de cada espécie eram trazidos a Adão
para que ele os observasse e definisse como seriam conhecidos. Deus
passou assim a trabalhar em parceira com o homem, dando a ele
liberdade para imprimir sua marca na criação já consolidada.
Mas
a solidão de Adão era
considerada por Deus.
Ao verso 20 de Gênesis 2, a
preocupação do Senhor
Deus com a solidão do homem continuava.
O Senhor verifica que tudo vai bem com os animais e as plantas, tudo
completo; Adão desempenhando
bem o seu trabalho, mas Deus não deixa
de se incomodar com a falta de
uma ajudadora idônea, ou seja, uma auxiliar, uma assistente que
fosse competente, capaz,
habilidosa. Então o Senhor
fez cair profundo sono sobre o homem Adão (Gênesis 2.21, 22) e
abriu o seu lado, tirou uma de suas costelas, fez a mulher e a entregou a
ele. Adão por sua vez, satisfeito pronunciou uma sentença:
Esta
é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será
chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o
homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne. (Gênesis 2. 23, 24).
Adão, como sempre, ao acordar exerceu sua função de dar nomes à criação, chamando sua companheira de mulher. Ele recebe a sua companheira tal como ela tinha sido idealizada por Deus. Uma
ajudadora, idônea, de modo que os dois estavam aptos a dividir o
mesmo espaço, as mesmas aspirações, pois, uma vez que Eva era
feita da mesma substância que Adão possuía, eles eram iguais,
possuíam modos de pensar e agir semelhantes. Tinham tudo para dar
certo. Ademais, a parceria do casal ia além do trabalho. Se estendia
a uma vida comum a ponto de os dois poderem viver debaixo do mesmo
teto em uma união matrimonial. Homem e mulher deixando seus
ascendentes e se unindo para formar o seu clã, proliferar, ou seja,
multiplicar-se gerando prole, os próprios descendentes. O casal
original foi idealizado de modo que um e outro seriam unos. Atacar um
era o mesmo que atacar o outro, abençoar um era o mesmo que abençoar
o outo. A junção era tamanha que jamais deveriam ser vistos como
pessoas autônomas, mas indivisíveis. Tinham que andar juntos.
Assim,
o tempo passou e Deus fez o jardim que foi plantado no meio do Éden,
e o casal foi morar lá. Deus mesmo o transportou para o jardim.
Imagino que tivesse sido um presente do Senhor, para o casal, em
prêmio pela bela parceria que o homem e a mulher fizeram. Não
fossem suficientes as maravilhas da criação com as quais estavam
acostumados, o melhor das melhores coisas estava concentrado no
jardim. Tudo estava à disposição de Adão e Eva. Apenas uma
vedação, um alerta lhes foi dado. Em Gênesis 2.17 o Senhor disse que no meio do jardim havia uma árvore que Ele definiu como a
árvore do conhecimento do bem e do mal, cujo fruto não deveria ser
consumido, pois, no dia em que eles o comessem, morreriam.
Certa
vez, quando Eva passeava pelo jardim, foi interpelada pela serpente,
que era o animal mais astuto entre todos (Gênesis 3.1), que tratou
de lançar na mente da mulher a semente da dúvida, perguntando se
não era verdade que Deus havia dado todos os frutos do jardim em
mantimento para o casal. Nos versos 2 e 3 Eva confirma, mas também
menciona a vedação ao fruto do conhecimento do bem e do mal, do
qual, caso comessem, morreriam. A serpente rebate no verso 4 dizendo
que se comessem não morreriam. Noutras palavras, a serpente disse que
Deus estava mentindo. A mulher, um ser racional, parou para dar
ouvidos aos argumentos da serpente, um ser irracional. O resultado
não poderia dar noutro. A ordem de governo na criação foi
invertida, de modo que quem deveria dominar foi dominada, e por fim,
perdeu o governo sobre si mesma. A mulher que deveria ser uma assistente apta para ajudar Adão a conduzir as demais formas de vida, foi manipulada pela criação.
O
animal astuto prossegue na estratégia de convencimento, e no verso 5
afirma que bastava comer do fruto que os olhos de ambos, homem e
mulher, seriam abertos e eles seriam como Deus, sabedores de todas as
coisas, quer fossem más, quer fossem coisas boas, e não morreriam por causa disso. Não se pode
determinar se Adão estava com Eva no momento em que o diálogo foi
travado com a serpente, bem como, não se pode afirmar que ele não estava presente. Mas também pode-se depreender que ele estivesse em outro
local. Independentemente disso, Eva mudou sua percepção em relação
ao fruto, e passou a observa-lo com um olhar diferente, analisando-o
sob uma nova forma de interpretação. Ao verso 6, o texto diz que
ela concluiu que a árvore poderia dar alimento sim, era bonita
e que tinha algo a mais para oferecer, no caso, entendimento. A
mulher perdeu sua idoneidade, ou seja, sua aptidão como auxiliadora
competente.
Eva
tomou do fruto e comeu, depois deu desse fruto ao seu marido, e Adão
comeu, aparentemente sem oferecer resistência, sem questionar. O
verso 7 de Gênesis 3, diz que os olhos de ambos se abriram, momento
em que marido e mulher se perceberam nus. Eles não eram cegos antes disso,
mas a sua nudez era coisa de somenos importância. Andavam livremente
sem cobertura e isso não os incomodava, porque seus olhos não eram
voltados para isso. Mas de repente, acharam necessário fazer aventais
com as folhas de figueira para se vestir. E essa foi a primeira
demonstração de que o fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal, produziu, no coração do homem, a malícia. O que era natural
ganhou uma perspectiva diferente, despertando sensações novas.
Atento
a tudo, vem o Senhor. Como de costume, ao final do dia Deus visitou o
homem (Gênesis 3.8, 9) e falou com Adão, mas desta vez teve que
chamar, porque o homem não se apresentou. Deus deu uma chance para
Adão, chamando-o e perguntando sobre seu paradeiro. Não é que o
Senhor não soubesse onde o casal estava, mas queria do homem uma
atitude consciente, refletida. A resposta de Adão não foi boa. Já malicioso, ele
disse que estava nu (Gênesis 3.10) e por isso buscou a privacidade,
como se isso fosse possível diante do Senhor. Esconder-se do Todo
Poderoso e onisciente foi a segunda ação produzida pelo consumo do
fruto proibido. Decepcionado, Deus perguntou quem havia mostrado que
eles estavam nus (Gênesis 3.11) e se eles tinham comido o fruto da
árvore que lhes fora vedado. Noutras palavras, Deus perguntou: Adão,
desde quando a tua nudez ganhou importância para mim? Fui eu quem te
fiz, eu conheço tudo, lembra? Já sei, vocês não se contiveram e
sua curiosidade os venceu, não foi isso?
Como
resposta, conhecemos a terceira manifestação da maldade na vida do
homem, produzida pela desobediência que os levou a ultrapassar os
limites. Como alguém que foge da responsabilidade, ao verso 12 de
Gênesis 3 Adão diz: Foi a minha mulher, aquela que o Senhor me deu
por companheira. Ela comeu do fruto, me trouxe e eu comi. Adão não
só tentou passar a culpa para Eva, mas indiretamente ele tentou
colocar Deus no negócio mal feito, afinal, foi a companhia que Deus
deu a ele que o induziu o erro. O Senhor prossegue na investigação e no verso 13 vai até
a mulher e pergunta porque ela fez aquilo. A mulher disse que foi
enganada pela serpente e por isso comeu. Não se dando por
satisfeito, Deus identifica a origem da culpa, que era da serpente,
que prefigura o próprio Satanás (Gênesis 3.14) e profere a
sentença do réptil sagaz.
Portanto,
uma lição clara é que nada que seja errado pode ter vindo de Deus.
O Senhor não inventou o pecado. Pelo contrário, Ele nos quer
afastado disso. Não se pode receber uma oferta pecaminosa que
aparentemente resolve um problema e dizer: É de Deus. Por mais que
pareça bom, mas não é certo segundo o ponto de vista de Deus,
então é pecado. Tudo que é pecaminoso vem do diabo, porque nele se
origina todo e qualquer tipo de pecado.
Ao
sentenciar a serpente, a primeira penalidade foi a condenação À locomoção por rastejo. Diferente das ilustrações em pintura que
mostram a serpente apanhando o fruto e dando à mulher como se
tivesse membro, a bíblia nada diz sobre o animal ter feito algo além
de proferir palavras de convencimento. Apesar disso, uma linha de
evolucionistas diz que as cobras provêm de répteis jurássicos que
tinham membros. Segundo biólogos de hoje, ainda existem vestígios
de pernas voltados para dentro do ventre, em espécies como pitons e jiboias.
Como sou criacionista, acredito que se havia algum membro em
serpentes, eles foram retirados por Deus.
Fora
o rastejo, o Senhor ainda estabeleceu que haveria inimizade entre o
homem e a serpente. Ela seria alvo de desprezo, repulsa, e medo por
parte da humanidade. Condenada ainda em Gênesis 3.15, a ser morta
sempre que se encontrasse com o homem. Como ela o pode ferir, caso seja vista antes, será morta com esmagamento da cabeça. E de fato, já vi
pessoas matando cobra, a cabeça é o local em que se buscava atingir
primeiro. Por causa da forma rasteira, traiçoeira e silenciosa que a
cobra usa, o homem, naturalmente, não confia em deixar uma delas ir
embora viva, caso encontre uma. Existe o receio de que ela volte.
Pronunciada
a sentença da serpente, Deus continua o processo. Se dirige à
mulher e no verso 16 diz que multiplicaria as dores na hora do parto,
e o momento de parto seria longo. Ou seja, dores por um momento
estendido além do originalmente pretendido pelo Senhor. Também Ele
disse que o desejo dela seria para o seu marido, e ele a dominaria.
A
mulher viu que a árvore do fruto proibido era aprazível para dar
entendimento. Com a aquisição do entendimento, a mulher certamente
tinha o desejo de governar o homem. Ela foi feita para ser a
ajudadora, e não se pode negar que era com Adão que Deus falava
tete a tete. Não adianta tentar suavizar o significado das coisas.
Adão era o líder e Eva a auxiliar. Mas ela desejou ter
proeminência. Fazendo parte de sua sentença, o desejo dela foi para
Adão. Não só o desejo que se expressa na intimidade, mas o desejo
que trocar de papel social. E se observarmos hoje, ninguém pode,
honestamente, negar que existe desequilíbrio da ordem social quando
papéis diferentes são assumidos, forçando a aceitação da
artificialidade. O desejo de domínio que a mulher teve foi
transferido para o homem. Alguém pode pensar, que isso é machismo.
Que reclame com Deus!
E
por fim, a sentença do homem. Em Gênesis 3.17-19, Deus trata
especificamente com Adão. Porque ele deu ouvidos à voz de sua
mulher, cedendo à tentação, e comendo do fruto que o Senhor disse
a ele pessoalmente, não coma, e toda a criação foi condenada junto.
A ordem foi dada originalmente a ele. Adão não foi punido por culpa
do que Eva fez, ou porque deixou Eva cair; Adão foi punido pelo
próprio erro. Por causa dele a terra foi amaldiçoada, de modo que
precisaria lavrá-la para obter o alimento. Antes não precisava,
tudo era ao alcance das mãos. Mas a partir da sentença a erva daninha se multiplicaria para
competir com a boa semente; o homem teria cansaço e enfado todos os
dias para produzir o próprio alimento. E por fim, a falibilidade de
seu corpo, que seria depositado na terra quando já sem vida, para
conhecer a decomposição. Tirado do pó para coroar a criação,
voltou ao pó para alimentar o pasto.
Depois
de terminado o julgamento, Deus se encarregou de substituir as roupas
ineficientes e rapidamente perecíveis, feitas por Adão. O Senhor
providenciou roupas de pele (v. 21) ocorrendo na ocasião o primeiro
sacrifício para cobrir as consequências do pecado.
Como diz em Hebreus 9.22, …e sem derramamento de sangue não há
remissão. A árvore do conhecimento do bem e do mal não deu tantos
conhecimentos para Adão e Eva como eles pensavam. Logo viram, que
até para coisas básicas, como vestir-se, continuariam precisando de
Deus. Só que uma vez seduzidos pelo pecado, a maldade não parou.
Agora pecadores, homem e mulher ainda corriam o risco de cometer
novas rebeldias.
Além
de ser maliciosos, poderiam ser tentados ainda a querer viver
eternamente. Por isso, dos versos 22-24, o Senhor toma providências
para impedir o acesso de Adão e Eva à árvore da vida que estava no centro do jardim. Além de expulsar o casal do jardim que foi plantado no Éden,
Deus ainda escalou anjos da classe do querubins para ficarem de
guarda ao lado oriental, ou seja, do lado de onde nasce o sol, ou
aina, ao lado leste. Também uma espada flamejante, superaquecida a
ponto de ficar encandecida, vermelha como brasa, foi colocada para
correr em volta do jardim. Assim, o território de deleites ficou
proibido para o casal original. A árvore da vida se tornou
inacessível para eles. Acabou a esperança da eternidade.
O
prejuízo de Adão e Eva não ficou apenas material. Eles perderam
também a presença de Deus. Como vimos em versos anteriores, Deus os
visitava na viração do dia, ou seja, à tardinha o Senhor vinha
falar com seus servos. Mas, exercendo a sua malícia, eles se
esconderam de Deus. Houve separação entre o Senhor e sua criação.
O pecado não permite a aproximação. Isaías 59.2 diz que as nossas
iniquidades causam separação entre nós e o nosso Deus, e os nossos
pecados encobrem o rosto de Deus para conosco. Isso, claro no sentido
metafórico.
Quando
Adão e Eva perceberam o que tinham feito de errado, eles evitaram se
apresentar ao Senhor. Deus veio ao encontro deles como sempre o fez.
Mas a santidade de Deus fez com que os pecadores fugissem dEle. É
por isso que o pecado causa separação entre pecadores e Deus.
Quando a consciência nos acusa, a atitude vai ser a de esconder. O
que o homem fez no jardim foi isso: Ouvi tua voz soar no jardim, e
temi, porque estava nu, e escondi-me (Gênesis 3.10). A consciência
pesada os fez afastar-se de Deus.
Inicialmente,
não para se inteirar dos fatos, porque Deus sabe todas as coisas,
mas para obter do homem a confissão de seus erros, o Senhor faz
perguntas a Adão. Se aproxima dele, ouve atentamente cada alegação,
para depois proferir a sentença, de modo que o homem tivesse
conhecimento pleno do que estava acontecendo e a consequência dos
seus atos. Nada do que foi feito em termos de punição foi à revelia de
Adão e Eva. Eles puderam pensar sobre tudo o que fizeram. O diálogo
não foi tão breve como parece ser na Escritura. O casal teve todo o
tempo do mundo para calcular o peso dos seus procedimentos e o
resultado de cada plantio.
Após
a conversa com Adão e Eva, Deus toma a atitude de tirá-los do
jardim, fechar o acesso à árvore da vida, escalar vigias e tudo
mais, como quem dissesse: Tudo bem, vocês se esconderam de mim, eu
vou respeitar isso. Só mantive o diálogo para deixá-los a par do
que estava prestes a fazer. Terminado tudo, me afasto de vocês,
conforme parece ser o que vocês queriam quando não queriam se apresentar a mim na última tarde.
A
partir daí, é possível pensar que o Senhor de fato se afastou,
porque respeitou a posição de Adão e Eva. Deus não vinha mais de
iniciativa para não se “meter” na vida dos humanos de forma
indevida. Embora continuasse a cuidar de tudo, esperou que o homem
voltasse a entrar em contato. Ao que parece, o Senhor esteve
presente, mas em silêncio. Até que nasceu Sete, o terceiro filho de
Adão e Eva (Gênesis 4.25), o qual deu aos seus pais um neto chamado Enos, (Gênesis 4.26), sendo que a partir de Enos se passou a invocar o
nome do Senhor. O homem finalmente se tocou que precisava de Deus.
Com
o tempo, o ser humano outra vez de afastou de Deus. Depois do nascimento
de Moisés, as pessoas ofereciam sacrifícios a Deus. Mas de nada
adiantava. Em Isaías 1. 11-15, o Senhor Jeová claramente diz que
está farto dos sacrifícios de seu povo, as ofertas eram vãs, Ele
não podia mais suportar as injustiças de Israel, as festas e demais
solenidades eram odiadas pela alma de Deus; o Senhor escondia os
olhos para não ver as mãos estendidas em direção a Ele como forma
de louvor, que ele sabia ser fingido. Nem mesmo com orações
multiplicadas o Senhor os ouviria. A hipocrisia do povo era grande.
Tudo o que ele queria era que eles (Isaías 1.16-18), se lavassem se
purificassem, parassem de fazer o mal, buscassem fazer o que era
justo, e depois disso, o procurassem e poderiam argumentar com ele.
Ainda que os pecados deles fossem como a escarlata, ou seja, cores vermelhas vivas e
berrantes, que se sobrepusessem ao brancor de um tecido, ainda assim,
Ele os purificaria.
Porém,
o homem é cheio de idas e vindas. A humanidade está se escondendo
como Adão e Eva, ou, está afundada na sua hipocrisia cúltica,
enganando-se a si mesma, como se estivesse acreditando agradar a Deus
com atos que nada representam de fato. Assim, como Deus vinha
conversar com o homem toda tarde no jardim, de novo Ele veio. Ele
enviou o seu Filho Jesus para falar conosco todos os dias. Ele
manteve-se em silêncio aguardando a invocação ao Seu nome por
parte da humanidade. Mas o homem foi incapaz de se achegar a Ele. Por
isso, demonstrando o seu amor incomensurável, enviou o seu Filho
para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida
eterna (João 3.16). E não é qualquer vida. Adão e Eva quando
comeram do fruto não tiveram morte instantânea, mas perderam a
plenitude de vida, que era caracterizada, sobretudo, com a presença
de Deus no seu dia a dia.
Quando
Adão e Eva tiveram de se acertar com Deus, cada um recebeu a paga
por seus atos. Eva colheu o que plantou, igualmente aconteceu com seu
marido. A mulher respondeu por suas atitudes. O homem também. Adão
não foi punido porque, nos ditos de pessoas por aí, era um marido
presente/ausente. Não. O Senhor, quando o puniu, não disse: Vou
te punir porque você deixou Eva falando com a serpente, que a
seduziu e ela caiu em tentação por tua culpa; por isso, você será
responsabilizado pelo que aconteceu com tua mulher.
Definitivamente, não. Cabe a cada um julgar os próprios atos,
porque somos responsáveis individualmente (Romanos 14.12), pois,
cada um deve dar conta de si mesmo.
Assim
como Deus individualizou a culpa de cada um, como em
Gênesis 3.14-19, Ele quer tratar com cada um de forma individual
para restauração. E vai ser assim. Por isso a Escritura diz: Porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10.13)
depende de você. Até o presente momento, uma enorme parte da
humanidade está longe de Deus, escondida entre as árvores da
existência, porque foram apanhadas em pecado. Estão ouvindo a voz
do Senhor, mas se esgueiram entre a vegetação. Foram desnudados em
seus pecados, mas tentam com o esforço próprio produzir algo que
cubra a sua vergonha. Mas não há sacrifícios a apresentar. Já
está consumado.
A
bíblia diz em Hebreus 9.28, que Jesus se ofereceu de uma vez por
todas para tirar os pecados de muitos, ou seja, de tantos quantos
confiam no seu sacrifício. E ele virá segunda vez para buscar todos
aqueles que confiam na salvação que só Ele pode dar. Jesus Cristo
é o caminho, e a verdade e vida (João 14.6). A vida eterna está em
Deus, e no próprio Jesus, seu Filho. Se o acesso à árvore da vida
foi fechado para Adão e Eva, para nós foi liberado por Cristo
Jesus, sendo ele mesmo o caminho e a própria fonte de vida eterna. É só entrar por esse caminho e
você terá a vida perpétua. E assim, oura vez a nudez humana foi coberta por
obra de Deus, não há mais vergonha a passar, porque Deus fez do seu
jeito. Se você se sente sem solução, saiba: O Senhor conserta
tudo.
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