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A apologia da graça

 Por Sergio Aparecido Alfonso

Gálatas 2.11-21


Gálatas 2.11-13. A hipocrisia é auto condenação. O texto começa dizendo que Pedro foi à Antioquia. É importante distinguir à qual das Antioquias Paulo se referia, porque existiam duas no seu roteiro – Antioquia da Pisídia e Antioquia da Síria – e por ambas ele passou três viagens missionárias. A Antioquia referida por Paulo era a da Síria, o que nos dá mais clareza para fins de reflexão. Essa cidade era mais aberta do que Jerusalém, e menos exclusivista do ponto de vista do judaísmo helenista. Significa dizer que eles não eram muito apegados a usos e costumes, e podiam conviver bem com as diferenças culturais. Prova disso é que Pedro, judaizante, comia à mesa com eles, e eles não faziam distinção, tendo em vista que os judeus mesmos tinham o cuidado de se separar na hora de comer. Não que isso fosse uma discriminação a pessoas, mas para não correr o risco de misturar as comidas e o judeu comer algo impuro segundo a sua cultura. Os antioquianos em questão não requeriam da parte de seus irmãos judaizantes e nem de Pedro uma justificativa para seus atos, pois, caso o apóstolo tivesse comido em separado desde o início, eles não teriam isso por atitude estranha. Pelo contrário, observa-se que houve uma mútua acolhida. Pedro e os gentios, os gentios e Pedro.

A questão é que Pedro se separa dos gentios quando chegam alguns irmãos da parte de Tiago. Não implica dizer que Tiago os enviou numa missão fiscalizadora, apenas que eles se identificavam com as formas cúlticas, ritualísticas e litúrgicas de Tiago e pertenciam à sua congregação. Quando Pedro chegou na igreja antioquiana, ele encontrou as coisas já estabelecidas. O convívio era pacífico entre as duas linhagens, apesar de os judaizantes, vez por outra tentarem impor a lei sobre eles. Mas, temendo a perda de popularidade, quiça, de autoridade junto aos judaizantes, Pedro se afastou dos gentios. Ele praticou uma espécie de estratégia militar. Uma saída disfarçada, escondendo as reais intenções por detrás da evasiva. Mas ele não apenas se levantou da mesa, o texto diz que ele também se apartou, ou seja, passou a evitar o contato com os gentios. Era como querer dizer que não tinha nada a ver com aqueles “impuros”, visando assim, restabelecer qualquer perda de confiança dos “da parte de Tiago” em relação a ele. O apóstolo Pedro não voltou mais à mesa, e ele mesmo passou a fazer exigências legais para os gentios. É o que se depreende, tendo em vista o que Paulo vai dizer nos versículos 14-16, durante o embate com Pedro. 

A dissimulação de Pedro o tornou culpável. É o que se conclui pela fato de Paulo dizer que Pedro se tornou repreensível. Não havia necessidade de um inquérito para saber se o que Pedro fez poderia ser punível, pois, a sua postura o condenou, evidenciando a sua culpa. Essa atitude foi tão grave, com aparência de coisa honesta, que Paulo observa que até Barnabé se deixou levar por essa dissimulação. Se por um lado Barnabé se viu exigindo cumprimento de preceitos legais, por outro, para ele pareceu ser coerente o que Pedro fez. Barnabé estava convencido de que Pedro estava correto, afinal era uma das colunas da igreja primitiva que estava se manifestando daquela forma. Mas as coisas precisavam ser recolocadas no lugar. Barnabé não havia compreendido que tudo não era nada mais nada menos de uma atitude hipócrita da parte de Pedro. Mas isso não passou desapercebido por Paulo, que inclusive captou a forma incauta do proceder de Barnabé nessa situação, em que pese a Barnabé não ter sido imputada culpa alguma.

Gálatas 2.14-16. Paulo resiste e confronta. Antes de se fazer qualquer julgamento errôneo sobre o confronto em questão, cumpre salientar que confronto nada tem a ver com desacato. Confrontar é basicamente se colocar de frente com alguém, cara a cara, tete a tete, olho no olho, face a face; ou colocar alguém de frente com algo. Implica dizer, que trata-se de um aparar de rusgas, de diferenças ou de equívocos. O objetivo é fazer com que a pessoa confrontada pense no que fez, ou deixou de fazer. É uma questão de lealdade e honestidade, e nem sempre se remete a uma briga ou ataque mútuo entre inimigos, apesar de algumas vezes ser empregado assim. Do outro vértice desacatar é provocar alguém, desdenhar de sua posição, menosprezar usando palavras ofensivas, trata-se de uma agressão, um desaforo, um desrespeito a outrem, um desprestígio. Portanto, confronto foi o que Paulo fez com Pedro quando o apanhou em erro. Não houve desacato, mas uma chamada de atenção para que Pedro se corrigisse de sua atitude, enfim, que ele caísse em si.

Para piorar, se não bastasse o mau exemplo de Pedro no episódio, o companheiro de missões de Paulo, no caso, Barnabé, se permitiu contagiar pelo procedimento judaizante. Logo Barnabé, que muitas vezes presenciou Paulo, o apóstolo dos gentios, pregando liberdade na graça de Cristo de Jesus, em contraste com a ineficácia da lei para fins de justificação, bem como, ele mesmo sendo também um pregador da salvação pela graça certamente pregou a suficiência da fé em Jesus Cristo contra os acréscimos da lei que nenhuma alcance tinha para a salvação.

Pois bem, Paulo não esperou as coisas se acalmarem, não levou Pedro para o canto. Em público mesmo ele chama a coluna da igreja e aponta o erro praticado. Paulo acabara de voltar de um concílio em Jerusalém, onde o próprio Pedro, junto com Tiago e João foi um dos que estendeu a mão direita em sinal de reconhecimento da lisura e correção do ensinamento proferido por Paulo, concordando que o evangelho da salvação pela fé na graça concedida por Deus, por intermédio de seu Filho, estava fundamentado, e que o apóstolo dos gentios tinha a confiança deles para prosseguir. Assim, não era de bom alvitre que algo tão grave deixasse de ser posto à mesa. Paulo diz para Pedro que uma vez que ele sendo judeu se sentia bem e à vontade para viver na graça, não fazia sentido exigir dos gentios que eles percorressem sentido contrário.

Paulo ressalta ao verso 15 que para ele próprio e para os demais judeus, fazia todo o sentido cumprir ritos cultuais e culturais do judaísmo. Isso, porque eles nasceram nessa prática, e caso lhes fosse exigido, não haveria peso, já que o cumprimento de preceitos era-lhes familiar e milenar. Como judeus, ele e os demais conheciam a origem, o propósito e a riqueza dos preceitos judaicos. Porém, ele faz questão de lembrar que apesar disso, a salvação se alcança mediante a fé em Cristo, e não mediante as obras da lei. Ou seja, mesmo os judeus, nascidos sob a lei, portanto, acostumados a ela, caso quisessem guardar a lei, que o fizessem, mas deveriam exercitar a fé em vez de cumprir preceitos com vistas à justificação, pois, a justificação se alcança pela fé, não pela lei (v. 16). A lei lembra que o transgressor está em pecado, a fé em Cristo informa que pela graça as exigências da lei foram cumpridas em Jesus. Pela fé o homem é justificado, do grego dikaio, que tem a conotação de inocentar, tirar a culpa, e mais de forma ativa, declarar alguém justificado. Não é só justificar, mas é como dar um certificado ou dar uma declaração de justo àquele que foi justificado.

Gálatas 2.17-19. Salvos pela graça, livres da lei. Paulo prossegue dizendo que uma vez tendo fé na salvação pela graça, se houver alguma coisa na lei a se cumprir, isso faria com que todos aqueles que foram salvos pela graça, incluindo ele, Pedro, Barnabé e os demais cristãos de origem judaica, continuavam pecadores por não ser possível cumprir tantas prescrições legais. Isso implicaria dizer que viver na graça de Cristo, mas ter lei a observar, era viver em pecado. O apóstolo Paulo trata de regularizar as coisas fazendo uma pergunta retórica e ao mesmo tempo respondendo ele mesmo: “dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não” (v. 17c). Essa resposta de Paulo Certo que não, é uma forma muito forte de em grego se dizer não. Ou seja, Paulo afirma com toda veemência que Jesus não é ministro do pecado. Então, Jesus é ministro da graça, e a esta por sua vez é o que basta, de modo que a lei é desnecessária.

Ao verso 18 ele lembra que sempre pregou contra a justificação pela lei, e por isso não faria sentido nenhum ele voltar-se contra o próprio ensino e passar a dizer que a lei ainda tinha algum poder sobre os cristãos, enfim, que alguma coisa da lei deveria ser observada para que a salvação fosse consumada. Ele chega a dizer que se tornar “a edificar aquilo que destruí, torno-me a mim mesmo transgressor”. Paulo está dizendo que se começasse a defender a eficácia da lei, concordando com os argumentos que ele sempre combateu, quais sejam, necessidade e complementariedade de cumprir preceitos para salvar-se, ele mesmo estaria sendo culpado pela própria boca. Suas palavras deporiam contra ele, porque estaria se contradizendo em relação à liberdade que anteriormente pregava, bem como, pela incapacidade de atender o que a lei requeria do legalista. Transgredir a lei é muito fácil. Por exemplo, no trânsito: Não imobilizar o veículo na placa de parada obrigatória, é uma infração de trânsito equivalente à de avanço de sinal vermelho; não diminuir a velocidade do veículo quando chegar no cruzamento, mesmo que o condutor tenha a preferência sobre a via; ou, fazer ultrapassagem no cruzamento. As três infrações de trânsito citadas são corriqueiras em qualquer cidade. Ou seja, se o homem que é imperfeito consegue fazer um código de leis que nem mesmo o legislador é capaz de cumprir na íntegra, pelo menos não o tempo todo, imagina se Deus, que é perfeito exigisse de nós um código de conduta para alcançar a salvação? Mas sim, Ele exigiu, e o código foi cumprido por Jesus em nosso lugar.

Se Paulo se voltasse para a defesa da lei, ele estaria se declarando pecador desde o dia em que chegou à conclusão de que a lei deveria ser preterida para ceder lugar à graça salvadora de Jesus. Ou seja, ele nunca teria sido salvo de verdade, pois, sempre defendeu a graça em oposição à lei. Se precisasse de lei além da graça, na verdade ele sempre esteve perdido.

O apóstolo dos gentios recorda no verso 19 que a função da lei é condenar o pecador à morte, não justificá-lo para a vida; que ele mesmo morreu pela lei. Portanto, uma vez morto, a lei já não o alcança. Ele morreu para a lei, porque Jesus que cumpriu todas as exigências da lei foi crucificado, e Paulo diz que também está crucificado com Cristo. E de fato, todo aquele que confia no sacrifício salvífico de Jesus, morreu com ele para a lei e com ele ressuscitou para a vida, na graça. A lei é material e somente tem poder sobre os vivos na carne. Não faz sentido um juiz decretar a prisão de alguém declarado morto. Aliás, no Brasil, e possivelmente no mundo todo, quando um réu morre, a sua punição é extinta e o processo arquivado. A lei só tem autoridade sobre a carne, nunca sobre o espírito. Logo, quem ainda vive debaixo da lei continua na carne e não começou ou não entendeu a vida espiritual.

Gálatas 2. 20,21. Morremos com Cristo, com ele vivemos. No versículo 20 Paulo afirma que foi crucificado com Cristo. De forma figurada, tudo que havia na lei contra o apóstolo, foi pago por Jesus. É preciso entender as implicações da crucificação de Cristo, o que ele sofreu, e em lugar de quem foi que ele padeceu. Assim como Paulo, todos os que confiaram sua salvação em Jesus o Cristo, morreram naquela cruz, sabendo que eram merecedores de tal condenação. Ocorre que Jesus ressuscitou, logo, isso significa dizer, que tal como Paulo afirma, agora Cristo vive em nós. Se Cristo vive em Paulo, é de se entender que a lei não tem mais poder sobre ele, e ainda, que devemos encarar com muita seriedade a morte vicária de Jesus, bem como, a sua ressurreição que consuma a nossa salvação.

O sacrifício oferecido por Cristo, sendo a sua própria vida, não foi mero ato de missão, de atribuição, de função. Mas foi um ato voluntário e de amor. Quando Jesus foi preso, interrogado, julgado, condenado à morte e crucificado, tudo isso ocorreu porque ele se permitiu passar por tudo isso. Ele afirma em João 10.17,18, que ele entregou a própria vida, porque ele tinha o poder de voluntariamente a dar, mas também tinha autoridade para retomá-la. Ele tinha total consciência das humilhações pelas quais passaria, mas ele decidiu que levaria a cabo o seu propósito. E tudo isso impulsionado pelo seu amor.

Por fim, Paulo chega ao verso 21 dizendo o seguinte: Não anulo a graça de Deus, pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão. Paulo nos diz aqui, que se fosse possível cumprir a lei, logo, não havia necessidade de Jesus ter morrido. Se cumprir a lei ainda fosse necessário, a morte de Jesus seria inútil. Se o homem é autossuficiente, a graça de Deus é tem valor . Das considerações do apóstolo, concluiu-se que essa parte de sua carta diz que aqueles que ainda confiam em obras da lei, não têm consideração pelo sacrifício e pela dor de Jesus. Pois eles o tornam sem efeito. Paulo, por outro lado, está dizendo que da parte dele, a morte de Jesus não será tratada como algo de somenos importância. E muito mais que isso, ele se refugia na graça de Cristo como a sua única forma de obter a justificação.



Conclusão



A hipocrisia é algo que contamina e muda as pessoas. Diante de um ato de hipocrisia, a repreensão deve ser feita imediatamente. A defesa da fé na graça de Deus deve ser realizada com toda a veemência. Nenhuma dúvida deve pairar. A verdade deve prevalecer sempre. No que concerne a salvação, não se permita levar por prescrições que não sejam exclusivamente a fé na graça salvadora de Jesus Cristo. Qualquer exigência que se faça além da fé, é uma forma de dizer que o sacrifício de Jesus não foi o bastante. Lembre-se, Ele se deu voluntariamente e por amor a nós, enfim, Ele morreu por nós porque ele aceitou a condenação que era nossa. Voltar ao cumprimento de preceitos é nada mais, nada menos que anular a graça de Deus, ou seja, é desdenha do que Cristo padeceu por nós. Não que se consiga essa anulação, mas é a pessoa dizer que para ela não havia necessidade disso, pois, podia se virar sozinha. Na prática, quem confia nas obras a lei está declarando que se equipara a Jesus, que veio e cumpriu tudo o que a lei prescrevia, para que nós gozássemos da liberdade pela graça alcançada pelo Filho de Deus e dada a nós como dom gratuito.





Bibliografia

GUTHRIE, Donald. Gálatas: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2014.

MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo. Barueri: Sociedade Bíblica Brasileira, 2010.

WIERSBE. W. WARREM. Comentário Bíblico Expositivo. Santo André: Geo-Gráfica, 2010.

BÍBLIA de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

Comentários

  1. Sou grato a Deus por ter compreendido tão claramente o texto... Por minha provável negligencia, não tive o cuidado de ler Gálatas no capítulo dois buscando maior entendimento.

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  2. Graça e paz irmão. O texto de Galatas 2 é sensacional. Nos dá maior clareza do efeito da graça de Cristo.

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