Pular para o conteúdo principal

A longanimidade e a misericórdia do SENHOR são universais



E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor. Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se. Então temeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, e lançaram ao mar as cargas, que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu ao porão do navio, e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono. E o mestre do navio chegou-se a ele, e disse-lhe: Que tens, dorminhoco? Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos. E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. Então lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu? E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. Então estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por que fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presença do Senhor, porque ele lho tinha declarado. (Jonas 1. 1-10).



Introdução

É interessante como nos comportamos de forma displicente diante de Deus. Quantas vezes percebemos a falta de pessoal na obra do Senhor, mas não nos dispomos a fazer nada! Isso é uma grande realidade. Algumas pessoas não estão desenvolvendo qualquer atividade na igreja, mas conseguem ver deficiências no trabalho realizado. Não necessariamente elas veem o que se faz como se fosse mal feito, nem mesmo tecem críticas, mas acreditam que algo mais pode ser realizado. E não estão de todo erradas. O problema é a sua capacidade de ver, mas não agir. Parecem-se com Jonas. O chamado para a obra grita aos seus ouvidos, mas preferem esgueirar-se; estão no porão em um profundo sono enquanto os demais se debatem com os afazeres. Tomam rumo oposto de onde a necessidade existe. O esperado é que saíssem da profundidade de seu descanso sem que fosse necessário serem procuradas.
Ótimo seria se as pessoas fossem pró-ativas. Porém, o mais grave ainda é que as pessoas andam tranquilas, enquanto aquelas que servem ao mesmo Deus, se esforçam em meio ao mar revolto com o objetivo de levar a todos, inclusive os acomodados, ao porto seguro. Se você se enquadra na situação acima, pense: Será que a tua percepção já não é o chamado de Deus para que você se engaje na obra Dele? Até quando a voz do Senhor vai ecoar aos teus ouvidos e você continuará se escondendo nos porões? Saber o que tem que ser feito e não fazer, é pecado (Tiago 4.17).
Jonas fugiu da presença do Senhor, ou achou que isso pudesse ser feito. Mas tudo o que conseguiu fazer foi atrasar a realização daquilo que Deus queria que fosse feito: A obra missionária. Mas Deus é paciente e longânimo e o trouxe de volta ao seu propósito, tão logo ele mudou de comportamento. Assim como Jonas, só precisamos tomar uma atitude, de preferência, o mais rápido possível, para que Deus possa nos usar em seus planos.

I. A longanimidade de Deus para o missionário (Jonas)

Jonas, o profeta, vivia em meio ao seu povo hebreu em Israel. Certa vez Deus fez contato com ele e o convocou para uma missão fora de Israel. Era mais que uma missão, era um convite a participar de algo grandioso que seria realizado fora das fronteiras habitadas pelo povo de Jonas. Uma cidade impenitente, Nínive, era o alvo de um alerta de Deus, e Jonas seria o instrumento para levar esse alerta. Seu ofício era o de profeta, portanto, era natural da sua atribuição levar às pessoas a vontade e a palavra de Deus. Em função de seu ofício, competia-lhe apenas e tão somente, cumprir o mandado recebido.
O profeta transmite a palavra e a vontade de Deus, não as questiona, não as interpreta ao seu bel prazer, não faz adaptações, não faz omissões nem do todo, nem de parte. Não mede as consequências que partem de Deus depois que a mensagem recebida foi proclamada. Tudo o que o profeta tem que fazer é se deslocar até onde está a pessoa ou grupo destinatário da mensagem do Senhor e entregar todo o conteúdo. Mas Jonas lutou contra a vontade de Deus. Veremos a seguir que o chamado de Deus para ele era claro; também veremos a sua reação de fuga, que era uma demonstração de ignorância em relação aos atributos de onipresença, onisciência e onipotência desse mesmo Deus. Em seguida, a confissão de seu erro, o arrependimento e a oração. Por fim, a longanimidade de Deus mantendo Jonas nos planos e ministério profético.

1 – O Chamado (1. 1 e 2)

Relendo os versículos 1 e 2 do primeiro capítulo, observamos que não havia espaço para Jonas se esquivar do chamado. A palavra veio para ele como emissário, ou melhor, missionário, bem como tinha endereço certo e conteúdo definido. O texto não disse que veio a palavra de Deus ao profetas, ao povo, aos sacerdotes, ou a qualquer sujeito diferente de Jonas. O chamado era para ele. Jonas deveria ter pensado nisso como um privilégio. Ele não era o único profeta atuando entre o povo de Israel, também não era o mais santo, nem o único santo. Mas foi o único, entre todos, a ser chamado para clamar contra um território e seu povo, uma cidade metropolitana para os padrões da época. Ele tinha que pregar à grande cidade de Nínive, denunciar a sua conduta.
O texto usa o termo malícia. Isso denota um acúmulo de pecados. Desde a injustiça para os concidadãos, às imoralidades exacerbadas. Nínive estava numa situação muito semelhante às cidades de Sodoma, Gomorra e suas cidades satélites (Gênesis 18.20) onde os pecados eram tão abundantes, a ponto de chegar o seu clamor até aos ouvidos do Senhor. Nínive era a principal cidade de uma espécie de região metropolitana da época, bem como, naquele tempo não se contava mulheres e crianças (Mateus 14.13-21, e outros), o que leva a crer que a população seria maior do que 120 pessoas. Portanto, é razoável pensar que a população era de cerca de 600 mil pessoas vivendo em uma condição onde o pecado grassava e desgraçava a população. Dos mais simples moradores aos mais ilustres, ninguém se salvava. Era uma depravação total. Jonas é então escolhido para levar o conhecimento da ira de Deus àquela situação.

2 – A fuga (1. 3)

Jonas compreendeu perfeitamente a ordem de Deus. Mas imagine a situação de Jonas. O profeta recebe uma ordem, de forma explícita, e atende, mas em sentido contrário. Acredita piamente que foi Deus quem falou com ele. E exatamente por crer nesse Deus ele previa o que o SENHOR faria, e simplesmente resolveu fugir, como se isso fosse possível. Se alguém estiver pensando que só Jonas fugiu da presença do SENHOR, pode se desfazer de tal ideia. Há muita gente se fazendo de desentendida quando ouvem a voz de Deus. Fugir da presença, ou tentar tal feito, não sempre é pegar um navio como Jonas fez e seguir em sentido contrário. A fuga se caracteriza pela omissão, pelo não fazer o que Deus mandou.
Além de comprar uma passagem e embarcar num navio que seguia em sentido inverso ao destino de sua missão, Jonas ainda se aprofunda um pouco mais na sua fuga. Ele vai para o porão do navio, e lá ele dorme. O profeta quis fugir de Deus e se isolar das pessoas. Ele decidiu que ia privar Nínive de conhecer a Deus. Essa fuga significa que ele reteve a palavra do Senhor em prejuízo de um povo que estava em franca inimizade contra Jeová. E para piorar a situação, ele simplesmente se omite em relação à situação dos marinheiros.
O verso 4 do capítulo 1, diz que o Senhor mandou vento e tempestade ao mar, de modo que o navio era açoitado e estava a ponto de se quebrar em função da força da natureza. Mas em meio aos ventos uivantes e as ondas que batiam contra o casco da embarcação, Jonas estava tranquilo. Ele dormia. A tripulação que ainda não sabia de que se tratava tão forte tempestade, fazia o que estava a seu alcance para salvar a todos.
É interessante notar que eles começaram a orar para seus deuses. O verso 5 deste capítulo 1 diz que cada marinheiro orava para o seu deus. Apesar de não terem poder, ao menos os deuses do marinheiros estavam sendo lembrados. Mas como essas divindades nada podiam fazer, os marinheiros começaram a lançar as mercadorias que transportavam ao mar. Além de passageiros, o navio ainda levava uma carga, provavelmente comercial. Esse navio tinha sido contratado para levar também alguns gêneros mercantis. Não está claro no texto do que se trata. Mas certamente significava que teriam prejuízo financeiro em nome da sobrevivência.
Em meio àquela confusão toda, de alijamento de carga, manobras para salvar o navio, gritarias e clamores, Jonas continuava dormindo (Jonas 1.6). Foi então que o mestre do navio, um encarregado das manobras, desceu até o porão e encontrou Jonas dormindo. Jonas não tinha nenhuma responsabilidade civil com a embarcação. Mas certamente tinha um Deus, tal como os demais ocupantes do navio. O mestre, ao localizar Jonas, pede para que ele clame ao seu Deus. Nesse momento eles estavam esperando o socorro de qualquer lugar.
No verso 7, depois de os marinheiros terem lançado sortes, Jonas que já havia sido localizado, acabou sendo apontado como provável centro daquele problema. Então eles ficam espantados e temerosos. Por causa disso encheram o profeta de perguntas: Quem ele era, de onde vinha, a que povo pertencia, que ocupação ele tinha. A curta resposta de Jonas no verso 9 do capítulo 1 deixa os marinheiros muito assustados. Hebreu, por óbvio pertencia ao povo de Israel, servo do Deus criador dos céus e da terra. Só isso foi suficiente para que a tripulação passasse a temer. Mas ele havia declarado que a tempestade veio por culpa de sua fuga (v.10).
Por sugestão do próprio profeta, ele é lançado ao mar e fez-se bonança (vv. 12 e 15). Mas antes de lançar o profeta ao mar, os marinheiros ainda lutaram contra as ondas. Eles certamente já haviam ouvido falar sobre o Deus de Jonas e Israel. E é por causa disso que eles relutaram por um tempo em seguir a sugestão do profeta. Mas como não alcançaram êxito, eles clamam ao Senhor (v.14), pedem para que Deus os perdoe pela atitude que tomarão e lançam Jonas ao mar.

3 – A confissão, o arrependimento e a oração (1. 7, 12, 17 e 2.1-10)

Arrependido de sua má atitude, em relação ao perigo a que expôs as pessoas do navio, o profeta sugere seu lançamento ao mar, o que de fato aconteceu. Mas depois o Senhor, na sua imensa misericórdia, não deixou Jonas à deriva em alto-mar. Mas mandou um grande peixe que o tragou. Deus começa a cuidar de Jonas outra vez. Diante da angústia, Jonas começa a clamar ao Senhor. Em seu momento de fuga, não havia lugar seguro. No navio a tempestade, no mar o grande peixe. Restou a Jonas se lembrar de Deus e buscar a sua presença.
O capítulo 2 todo trata de sua oração, clamor, e petições já com ações de graças. O profeta fujão, agora diz que se lembrou do Senhor. Ele diz que desde o inferno, no caso, o ventre do peixe, onde a morte era certa, ele clamou e Deus ouviu o seu clamor. No verso 9 ele promete prestar sacrifícios, votos e reconhecimento. Agora sim. O profeta está pronto para voltar. No verso 10, o texto diz que o Senhor fez com que o peixe vomitasse Jonas em terra seca. O profeta está a salvo.

4 – O chamado é reeditado e cumprido (3. 1 – 4)

O capítulo 3.1 diz que Deus fala com Jonas outra vez. O Senhor reedita o chamado para Jonas, renova a ordem e deixa claro que deve ser a mensagem de Deus que deve ser pregada, e deve ser assim. Não é o que Jonas quer, mas o que Deus diz que deve acontecer. Jonas é restaurado à vida e ao ministério, apesar da tentativa de fuga. Agora que Jonas demonstrou profundo arrependimento, o Senhor lhe dá nova chance. A longanimidade de Deus é manifestada através da renovação da confiança de uma obra grandiosa à responsabilidade do profeta.
Apesar da relutância de Jonas, o propósito do Senhor foi mantido. E mais, a obra poderia ter sido realizada por outro profeta. Mas, aprouve a Deus preservar a vida do seu servo e usá-lo. Os acontecimentos que sucederam a fuga de Jonas foram usados para fins de aprendizado do profeta. E depois de confessada a culpa e manifestado o arrependimento, Jonas alcança o favor de Deus. O capítulo 3. vv. 3 e 4 diz que desta vez, Jonas atendeu ao mandado do Senhor. O termo usado em algumas versões é “obedeceu”, ou seja, agora ele se colocou numa situação de subordinado, de quem recebe uma ordem e precisar dar cumprimento. Então ele saiu a pregar pela cidade de Nínive. O texto diz que a cidade era grande, e que precisavam três dias para percorrê-la. Jonas cumpriu a jornada de cada dia, pregou o alerta dado por Deus. E assim, a misericórdia do Senhor foi grande para com o profeta. De foragido a servo de confiança. Preservado da morte e restituído ao ministério.


II. Para os transportadores do missionário (Os marinheiros)

Quando Jonas inicia a sua fuga, ele vai se esconder no porão de um navio, cuja população, e quiçá outros passageiros presentes, sequer sabiam quem ele era, e muito menos, que tipo de perigo se avizinhava. Os ocupantes do navio que ia para Társis eram totalmente ignorantes não só ao perigo a que seriam submetidos, mas também ao Deus que passariam a conhecer na prática. Cada um vivia a sua vida sossegadamente. Chegaram para o trabalho como se fosse um dia comum. Desatracaram a embarcação e seguira o seu destino. Jamais poderiam pensar que estavam colaborando para o atraso da obra de Deus. Até porque, eles não tinham consciência desse Deus e seu propósito.
O trabalho da marinharia era receber pelos serviços solicitados e prestar esses serviços. No caso, estavam transportando passageiros e cargas. Tudo ia bem, até que de repente (Jonas 1.4) uma tempestade precedida de um forte vento, se fez para cima do navio. O fenômeno era tão forte, que o texto disse que o navio estava por quebrar-se. As ondas eram suficientes para chicotear contra a embarcação, erguê-la e baixá-la contra a água com tanta força que sua estrutura estava correndo sério risco de se romper.
O texto não diz quantas pessoas estavam a bordo. Mas o fato é que se o navio quebrasse, o naufrágio poderia tomar proporções de tragédia. Todo esforço possível estava sendo feito. Os marinheiros eram experientes. Apesar disso, o texto mostra que todo o conhecimento que eles tinham de navegabilidade não era suficiente para livrá-los do mal que se aproximava. As remadas, as manobras, as estratégias, nada funcionava. Eles então se dão contam de que estão diante de algo que se resolve no plano sobrenatural.

1 – A ignorância sobre Deus e seu poder (1. 5)

O versículo 5 em questão, diz que diante do perigo os marinheiros estavam com medo. Temeram, ou seja, suas esperanças já não eram tão vivas como em outras ocasiões de adversidades. As tentativas feitas por eles não surtiram efeitos. O desespero entrou nos seus ânimos. Eles então fazem o que seria aconselhável fazer. Eles começaram a lançar a carga ao mar. Assim, pensava-se em diminuir o peso, aumentar o calado do navio e manter o convés mais alto em relação a superfície do mar, visando evitar que o navio fizesse água. Essa estratégia daria a eles algum tempo de resistência enquanto a tempestade fosse dissipada. A questão é que não adiantou.
Mas esse versículo também diz que cada um clamava ao seu deus, enquanto tentavam alternativas paralelamente. Cada um com seu deus diferente, nenhum com o Deus verdadeiro. Suas orações também não davam resultado. Claro, seu clamor não era ao Deus que tudo pode. Jeová não era conhecido dos marinheiros, e por consequência, o poder de Jeová também era estranho para eles. Talvez até tivessem ouvido falar desse Deus, mas não tinham experiência com ele. Por isso eles se mantiveram na sua busca por solução que não chegava. Enquanto isso, no porão do navio, estava Jonas tranquilamente dormindo. O mundo ao redor se desfazendo, e o texto diz que ele dormia um profundo sono. Diante do perigo, os marinheiros buscam ajuda de outras pessoas a bordo. Valia até o clamor aos deuses.

2 – O contato com o homem de Deus (1. 6 – 9)

O mestre do navio na busca por ajuda, desce ao porão e encontra Jonas dormindo. Indignado com a tranquilidade do profeta, o mestre chama a sua atenção e se refere a ele como alguém negligente. Jonas é chamado de dorminhoco. É como se fosse alguém que estivesse fugindo de uma tarefa, alguém que dormia como que motivado por preguiça. E de fato o profeta fugia de um trabalho.
Sem se dar conta de nada, o mestre diz para o profeta clamar ao seu Deus e talvez Jonas fosse atendido. Afinal para o mestre do navio não importava muito de onde viria a ajuda, contato que ela viesse. Ele não estava muito interessado se seria o seu deus ou o deus de outra pessoa que faria o mar se acalmar. Certamente ele não teria nenhuma reserva em agradecer ao deus benfeitor, conquanto que fosse forte para livrá-lo do mal. Mas em uma coisa o mestre estava certo, para que Deus fosse em socorro deles, precisava existir o clamor, e o profeta estava se omitindo quanto a isso.
Uma vez que Jonas havia sido identificado, os marinheiros queriam saber a origem do mal que enfrentavam. Como bons pagãos, eles lançaram sortes. Talvez tivessem jogado palitinho, ou jogaram uma moeda para o alto, ou ainda, lançaram dados. Não se sabe. O que se sabe é que funcionou. O prognóstico indicou que Jonas era a razão de todo mal pelo qual eles passavam. Ao entrevistá-lo, souberam de sua origem, de seu chamado, de sua resistência, de sua fuga e de seu Deus. Em meio à adversidade, acordaram um dorminhoco que poderia ser apenas um “item” somado aos problemas, mas acordaram o servo do único Deus que poderia remover o perigo.

3 – O conhecimento sobre Deus, a esperança da solução (1. 9 – 13)

Após entrevistar Jonas, os marinheiros não tinham dúvida nenhuma de que Deus era poderoso. Provavelmente eles tinham ouvido falar de muitas lendas, ou associado por conta própria algum tipo de mal à ação de seus deuses, mas nada comparado e comprovado como no caso do Deus de Jonas. A descrição que Jonas dá do Senhor retrata um Deus forte e poderoso, que habita nas alturas e que tudo fez, portanto, a tudo controla.
Ao final do verso 10, é mencionado que Jonas contou a eles o motivo do perigo pelo qual estavam passando. Os marinheiros compreendem claramente que eles corriam sério risco em função da fuga do profeta. Eles foram cobertos de temor como consequência da declaração que ouviram do servo do Senhor. Finalmente eles conheceram a origem do mal, e também ficaram sabendo do Deus que tem capacidade para fazer coisas grandiosas. Agora eles estão diante desse Deus que tem domínio sobre todos os poderes, inclusive, o poder da natureza.
De posse das informações que tinham sobre Deus, já não lhes restava esperança em nenhuma outra coisa, a não ser, em agradar ao Senhor. O verso 11 diz que eles perguntaram ao profeta o que eles teriam que fazer com ele para que o mar se acalmasse, porque a tempestade não passava, pelo contrário, o perigo ficava cada vez maior. Quanto mais o tempo passava, mais a certeza de que o Senhor não um deus qualquer aumentava, e que a solução não partiria de outro lugar, senão de Deus.
Jonas sugeriu que eles o lançassem ao mar. Pois, sendo ele o motivo da tempestade, e ele próprio sabendo disso, tinha por óbvio que o alvo era ele, e que todos quantos estivessem ao seu redor pagariam pela sua fuga (v.12). Sendo ele o problema, ele deveria ser removido. Ocorre que agora que eles sabem de seu ofício, de seu povo e de seu Deus, eles não fariam de imediato o que ele tinha sugerido.
O verso 13 diz que eles se esforçavam cada vez mais. Logicamente eles não acatariam a sugestão logo de início. Se já pagavam pelo simples fato de dar fuga ao profeta, ainda que de forma inconscientes, quanto mais grave seria se o lançassem ao mar e ele viesse a morrer. Talvez pensassem que se o profeta fugindo a obra determinada já não era realizada, morto o profeta, os planos de Deus seriam completamente frustrados. Mas eles não sabiam de duas coisas: Primeiro, os planos de Deus não podem ser frustrados (Jó 42.2); Segundo, eles seriam usados por Deus para fazer Jonas voltar para a presença do Senhor.

4 – A oração de reconhecimento do poder de Deus e a adoração (1. 14 – 16)

Depois de tanto esforço infrutífero, eles então oram ao Senhor. Já que agora o conhecem passam a clamar a Ele. Uma vez conhecido que Jonas era o problema, percebem que mantendo o profeta no navio a situação só ia se agravar. Eles pedem que Deus os poupe do mal, que não os condene junto com Jonas, que os perdoe pelo que estavam prestes a fazer com o profeta, e se confessam inocentes, ou seja, inconscientes que eram quando Jonas entrou no navio, e agora, culpa involuntária pela possível morte de Jonas.
O verso 14 termina com uma palavra de reconhecimento da autoridade de Deus sobre os acontecimentos. Não só pelo fato do Senhor ter feito aquela grande tempestade vir sobre o mar, mas também porque admitiam que Deus tinha todo o direito de escolher o que fazer. Ou seja, eles se submetiam ao julgamento de Deus. Desde a deliberação do Senhor de punir a fuga de Jonas que agora lhes parecia justa, até o poder de Deus forte, o suficiente para agir sobre as forças da natureza. Assim, a vontade do Senhor foi respeitada.
De acordo com o verso 15 eles lançam Jonas ao mar e as ondas bravias se acalmaram. Finalmente se convenceram de que o seu problema seria resolvido se o profeta desobediente deixasse o navio. Uma vez sabedores da vontade de Deus, eles a cumprem e recebem o livramento. Mas é interessante observar que depois de saberem sobre Deus e seu poder, até para solucionar o seu problema eles consultam a Deus. Não deliberaram lançar Jonas só pela sugestão do profeta. Antes de efetivar a ação, eles falaram com Deus. Foi uma grande transformação.
Após lançarem Jonas ao mar, a bonança se fez (v.16). Novamente o texto diz que eles temeram ao Senhor. Enquanto no verso 10 eles foram possuídos de um temor de medo, agora, depois do livramento, o seu temor significa respeito e reverência. Eles temeram ao Senhor em extremo, ou seja, sua reverência e seu respeito eram solenes, litúrgicos, cúlticos.
Mas eles não ficaram só na atitude contemplativa da reverência. Foram efetivos e prestaram culto a Deus. Ofereceram sacrifícios e fizeram votos. É possível imaginar a alegria que foi o culto e o ritual de sacrifícios prestados pelos marinheiros depois de terem visto a morte tão de perto. Chama a atenção o fato de terem feito votos. Significa que eles não ficaram só na prestação de culto e adoração no momento da euforia da vida salva. Ao fazer votos, eles fizeram compromisso futuro de busca, adoração, clamor, oração, agradecimentos e louvores a Deus.
Apesar da entrada aparentemente acidental de Jonas na vida deles, acidente esse que quase levou-os à fatalidade, foi um evento também de oportunidade para que esses experientes marinheiros pudessem conhecer o Deus do livramento. Que liberta não só dos males comuns advindos pela desobediência, mas é poderoso para libertar daquilo que de maior se possa conhecer de dificuldade. A misericórdia e a longanimidade do Senhor foi manifestada na vida deles, tanto na preservação de suas vidas durante a tempestade, mas principalmente na oportunidade que tiveram de conhecer o verdadeiro Deus, a quem eles se apegaram para tempos futuros.

III. Para o campo missionário (Nínive)

Nínive estava no radar de Deus para a destruição. Seu comportamento de desprezo pela justiça, pela moralidade, pela ética e pelos bons costumes era tudo o que o Senhor não queria que uma nação cultivasse. Deus já havia feito seu juízo, Nínive tinha pela frente um triste destino. Os fatos narrados em Jonas ocorreram por volta de 760 a.C. Essa cidade era uma das cidades reais da Assíria e por algum tempo foi a capital. Estima-se que nesse período havia uma grande população em Nínive. Como exposto anteriormente, a cidade contava com cerca de 600 mil habitantes. Fato é, que os números eram altos para uma cidade naquele período.
Naquele tempo, a Assíria se reestruturava e se refazia como um grande império. Jonas sabia disso e percebia o perigo que esse reino representava para Israel. Em meio a isso, Deus fala com o profeta e o manda anunciar a Nínive a sua condição pecaminosa. Apesar de que na primeira vez em que o Senhor fala com o profeta, o texto bíblico não mencionar se a destruição já havia sido definida, ou se tinha alguma condição para a preservação da cidade, mesmo assim, Jonas que conhecia a ira e a misericórdia de Deus, se recusa a ir para a cidade. Em vez disso, como vimos anteriormente, ele faz o caminho inverso. Ele sabia que sua missão precedia algo terrível contra Nínive. Mas também sabia que se houvesse arrependimento o Senhor pouparia a cidade.
E Jonas, diante disso entra em conflito. Com isso, uma cidade que ainda não tem noção do mal que se aproxima, fica a mercê da desobediência do profeta. Seus moradores continuaram a fazer tudo quanto lhes apetecia. Cultos pagãos, maldades das mais variadas. O termo malícia remete a todo tipo de mal, astúcias, enganos, ações ardilosas, imoralidades entre outras coisas. Enfim, tudo o que o Senhor abominava Nínive fazia.

1 – A depravação do povo (1. 2)

A malignidade daquela cidade estava em um nível tão alto que Deus se incomodou com ela e resolveu agir pessoalmente. Normalmente o Senhor enviava outro povo para disciplinar uma nação contra quem ele estava irado. Porém, quando a perversidade dessa nação era além das demais, Deus emitia juízo de punição definitiva. Há várias situações em que o Senhor apenas usava de métodos disciplinares, e outras situações em que Ele usava os métodos punitivos.
O Senhor disciplinou vários povos ao longo da história. Na maioria das vezes, eram nações que dominavam Israel por autorização de Deus, a fim de que Israel recebesse alguma lição. Ocorria que os dominadores à vezes passavam de determinados limites e acabavam dominados também, como ato disciplinar por causa dos abusos cometidos contra o povo de Deus.
A outros povos Ele destruiu por causa dos abusos e superabundância de pecado. Como foi o caso de Sodoma, Gomorra e suas cidades satélites. Deus destruiu o exército de Faraó. Antes disso, destruiu toda a terra no diluvio, quando ele então profere a sentença que diz que o homem é mal em seus desígnios desde a sua mocidade (Gênesis 8.21). Nínive não havia se desfeito da natureza maligna do ser humano. Em vez disso, cultivava a abominação.
Em segundo 2º Timóteo 3.13 o apóstolo Paulo vai dizer que os perversos vão de mal a pior enganando e sendo enganados, o que originalmente queria dizer que eles se aprimoravam na maldade. Ou seja, praticavam o mal com requintes de crueldade, eram imorais como ninguém conseguia ser. Assim era a grande cidade, multiplicava a sua culpa diante de Deus.

2 – O julgamento e o descontentamento de Deus são pregados (3. 4)

O juízo chegou à cidade. O verso 4 diz que Jonas começou a “percorrer a cidade caminho de um dia”. Está claro se a cidade levaria três dias para ser percorrida. Mas o Jonas não tinha pressa e decidiu que pregaria a jornada de um dia de cada vez, sem fazer esforço para adiantar a obra. Fato é que ele pregou e finalmente entregou a mensagem que Deus queria que ele entregasse. A cidade ganhou a segunda chance e foi logo advertida.
O profeta é claro em seus dizeres. Ele alerta que Nínive só tem mais quarenta dias de existência. Ele prega o juízo sem rodeios. O termo usado pelo profeta Jonas é de amplo significado. Ele disse que em 40 dias a cidade seria subvertida. Isso quer dizer que Nínive seria totalmente destruída, arrasada, arruinada, feita em ruínas. A cidade seria transformada num montão de pedras. Toda a sua estrutura viria abaixo. Mas a destruição não seria só estrutural. Até porque, prédios não cometem pecados. A população seria aniquilada junto com as edificações. A cidade ficaria desabitada e inabitável. A cidade libertina se tornaria uma prisão de cadáveres.

3 – O arrependimento de um povo, do maior ao menor (3. 5 – 8)

O verso 5 diz que os ninivitas creram em Deus. O que nos leva a crer que Jonas não falou só da destruição, mas é possível que ele tenha mencionado o escape para aquele povo. Talvez ele tivesse respondido perguntas e até mesmo falado do poder de Deus. O povo acreditou na destruição que estava se aproximando, mas também manifestou sinais de humilhação e de consagração. Fizeram jejum e todas as classes sociais participaram. O texto diz que do maior ao menor, todos participaram daquele momento. O pano de saco como vestes, e as cinzas sobre a cabeça foram demonstrações exteriores de sua contrição.
O rei da cidade ficou sabendo do juízo. No verso 6 está escrito que ele também participou daquele movimento de consagração e arrependimento. E mais, nos versos 7 e 8, por decreto ele determinou que todos os que sob sua autoridade e jurisdição estivessem, incluindo animais, deveriam fazer jejum ao Senhor e humilhar-se com demonstrações públicas. Era jejum de água e alimentos.
O rei não só decretou que se consagrassem, mas levou o povo a levantar um clamor ao Senhor, e além disso, conclamou o povo ao arrependimento verdadeiro, e, mais ainda, que se convertessem do que haviam feito até então. Conversão de todas as práticas violentas, perversas e pagãs. Todos na cidade foram tocados pelas palavras de Jonas. Não havia quem deixasse de levar a sério. As próprias autoridades deram exemplo de seriedade. O rei ao tomar conhecimento da gravidade do mal praticado pela cidade, e do destino a ela reservado, agiu com responsabilidade diante de Deus e de seus súditos. Ele assumiu a sua condição de condutor do povo, bem como a sua culpa pela situação da cidade. Ele deu o exemplo de contrição.

4 – A misericórdia e o perdão de Deus são manifestados (3. 9 e 10)

O povo que outrora estava tranquilo em seus pecados, perdido e sem noção do que estava por acontecer, agora se reconhece como pecador. É interessante que eles não fazem cobranças a Deus. No verso 9 eles depositam sua esperança em Deus. Eles não exigem do Senhor uma atitude perdoadora, nem lançam no rosto de Deus a sua atitude de humilhação. Em vez disso, eles dizem “Quem sabe se voltará Deus...”.
Reconhecendo a autoridade do Senhor, eles se colocam nas mãos de Deus e aguardam o veredito. Eles se percebem perecíveis diante do Senhor, merecedores da ira e do furor de Deus, mas não ousam fazer exigências. Eles se colocam inteiramente nas mãos de Jeová. O que Deus fizesse seria aceito. Eles tinha em seu favor apenas o conhecimento de seus pecados e a esperança de livramento.
Mas Deus, em sua infinita misericórdia não está de olhos fechados para aquela cidade. O verso 10 diz que o Senhor viu o que eles fizeram. A conversão da cidade serviu de testemunho em seu favor diante de Jeová. Como eles se converteram de seus maus caminhos, o Senhor se “arrependeu” do mal que lhes aplicaria. Os versos 1 e 2 do capítulo 4 retratam um Jonas irado e decepcionado com Deus. Finalmente ele expõe o motivo de sua fuga para Társis no navio que foi açoitado pela tempestade. Ele temia que Deus não destruísse a cidade, e Jonas queria a destruição de Nínive. Ele só enxergava o potencial inimigo futuro de Israel.
Mas Deus em sua manifestação de longanimidade, primeiro, com o povo, mantém o plano de enviar um emissário para Nínive, e depois em sua misericórdia, absolve a grande cidade diante de seu arrependimento, clamor e conversão. Para Jonas, o Senhor pacientemente explica que aquela população vivia na ignorância. Deus usa uma figura de linguagem ao se referir ao fato de que eles não tinha conhecimento do mal que vinha sobre eles, bem como da cultura de pecado da cidade. O Senhor vai dizer que eles não sabiam discernir a mão direita da mão esquerda (Jonas 4.11).


Conclusão

Não chega a ser impressionante ver que às vezes, até quem conhece a Deus apresenta certo grau de ignorância sobre seu amor. Em função disso, reluta contra seu poder, questiona o uso dos seus atos de bondade e tenta atrasar seus planos, quando não, tentam mesmo impedir que sua misericórdia seja manifestada. Alguns querem selecionar os quadros para quem a salvação deve ser pregada. Se às vezes acontece isso, o contraste é que muitas outras vezes Deus usa da sua longanimidade e desfaz essa ignorância, dá uma segunda chance para que a pessoa possa ser benção, para os que a cercam, e até para os que dos lhe são transitórios, e por fim, dá nova oportunidade para cumprir o chamado e a missão dentro dos Seus planos.
Assim, foi na vida de Jonas. Relutou, acreditou poder se esconder de Deus, colocou vidas em risco no sentido físico, e no sentido eterno, pois, a morte na ignorância daria aos marinheiros um fim mais drástico do que o aparente. Jonas ainda tomou caminho sentido contrário, não queria que a misericórdia de Deus alcançasse o povo de Nínive que não sabia “discernir a mão esquerda da mão direita”, ou seja, totalmente desconhecedores do juízo que lhes esperava, e espiritualmente cegos. Mas quando Jonas foi tirado do sepulcro vivo, restaurado em seu chamado, cumpriu sua missão e foi canal de benção para um povo que estava julgado, aguardando apenas a sentença. Deus usou o seu servo que levou para Nínive as palavras de salvação, o arrependimento aconteceu e o povo foi poupado.
Porém, Jonas precisou ser tratado na sua rejeição até o fim. Sejamos como o Jonas da segunda chance, vamos cumprir os planos de Deus nos juntando a Ele em sua obra. Quanto ao Jonas julgador, resmungão e relutante, deixemos de lado. Não podemos perder a oportunidade de ser bençãos e instrumentos para levar a misericórdia e a longanimidade de Deus para todas as pessoas. Sejam elas as que passam por nossas vidas, sejam aquelas que estão nas nossas vidas ou aquelas em cujas vidas algum dia entraremos. O Senhor é bom e a sua misericórdia dura de geração em geração daqueles que o temem (Lucas 1.50).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Semeador e sua função; A terra e seu potencial

Por Sergio Aparecido Alfonso 1. Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia. 2. Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas, no decorrer do seu doutrinamento. 3. Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. 4. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5. Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. 7. Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto. 8. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um. 9. E acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 10. Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. 11. Ele lhes

Você sabe o que é "Simonia"?

            Com certeza sabe. Talvez você apenas não tenha ouvido falar desse termo anteriormente. De plano, o que se pode afirmar é que se trata de uma forma de corrupção. Mas, você sabe o que é "toma lá dá cá"? Este segundo é um adágio usado no meio político. É a maneira imoral de alguém conquistar domínio, poder, prestígio, influência, galgar novos postos hierárquicos e destaque, entre outras satisfações de egos, usando para isso a máquina pública.            É também um meio usado por governantes inescrupulosos para garantir a maioria de votos dos parlamentares em seu favor no legislativo para fins de aprovação de projetos de seu interesse. É uma via de mão dupla, onde o governo compra a lealdade do parlamentar com algum tipo de recurso, e o parlamentar compra o recurso com sua lealdade. Isso se dá em forma de distribuição de cargos políticos, de preferência os mais importantes, para garantir o apoio da base de sustentação parlamenta

Roteiro sugerido para evangelização

Por Sergio Aparecido Alfonso Uma das atividades mais nobres da igreja, e ao mesmo tempo mais negligenciada, é  a evangelização. Muitas vezes sobra boa vontade, mas falta preparo, outras vezes ocorre  o contrário. Evangelizar, segundo STILES (2016), é a exposição do evangelho de forma  persuasiva. Ou seja, evangelização é a pregação do evangelho de modo a convencer o  ouvinte, levando-o a tomar uma decisão. Mas o cristão somente conseguirá atingir o  intento de persuadir alguém por meio da pregação do evangelho se estiver impregnado da  Palavra, de modo que pregue com convicção, enfim, demonstrando que realmente  acredita na Palavra de Deus. O pastor e professor John MacArthur (2017), trata a evangelização como um estilo  de vida. No entendimento dele, o cristão vive a atividade de evangelismo como algo que  faz parte de seus hábitos e costumes, faz parte de sua vida é algo como que  paradoxalmente natural para que experimentou o nascimento espiritual. Nesse diapasão  vem Spurgeon (2015