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É Natal de novo: Pense!

 Por Sergio Aparecido Alfonso

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Isaías 9.6).

Sim, é Natal de novo. Um ano se passou desde a última vez que você o festejou. Mas há muitas perguntas a serem respondidas. O que você entendeu desde então? Na data passada, você comemorou uma dia festivo para todos, ou um evento especial para você? O que foi aquele evento, um aniversário, um ato de confraternização, algo que se faz porque todo mundo repete? Qual é o significado de Natal para você? Para você, o Natal é o nascimento de Cristo? O que esse nascimento é para você especificamente?

Tudo bem. Natal é sinônimo de aniversário mesmo. Porém, é meramente um aniversário quando se trata do memorial de nascimento meu e teu. Mas todos sabemos, na teoria, que Natal propriamente dito é um memorial ao nascimento de Jesus. É aqui que as considerações devem ganhar um contorno diferente, mais sublime. Jesus, o Cristo, não é só uma pessoa que nasceu há cerca de dois mil anos e desde então é uma pessoa velha da qual nos lembramos uma vez por ano, por misericórdia e caridade. Pelo contrário, foi o amor caridoso e misericordioso de Deus que o moveu a trazer seu Filho à luz, ou melhor, nos levar à sua luz através do nascimento do Seu Filho.

E quem é o Filho de Deus? Alguém que veio ao mundo em forma de menino, uma criança. Nasceu no modo fragilidade de todo recém-nascido. Um bebê que Deus nos deu. Muito além de vir na forma vulnerável de uma criança, ele cresceu com uma responsabilidade determinada. Ele veio para exercer autoridade sobre as hostes espirituais que nos oprimiam. O principado estava sobre seus ombros, ou seja, um reino sob sua autoridade. Reino esse que tinha que prevalecer sobre os demais. O reino das trevas que nos subjugava passou a ter rivalidade. Essa rivalidade era pelo reino superior de Jesus. E como criança ele enfrentou toda essa rivalidade, com vários riscos para a sua vida, mas foi preservado até chegar à fase adulta e poder exercer a plenitude da Sua autoridade.

Os nomes que esse menino Jesus recebeu são extremamente fortes. Maravilhoso: Um espetáculo, primoroso, admirável, espantoso, fascinante, prazeroso, perfeito, uma obra prima. Ah, Jesus é a Coroa de tudo o que Deus pôs na terra. Muitos de nós já afirmamos que o homem é a obra prima de Deus em relação à criação. Mas como vimos, Jesus é Maravilhoso, que por sua vez, significa obra prima. Ou seja, Jesus é a Excelência da obra prima. Se somos o melhor de Deus, Jesus é o que há de Excelente sobre o melhor. O melhor dos melhores. A Ele nada se compara. O elogio merecido já começa pelo seu nome, Maravilhoso.

Conselheiro. A segunda palavra do verso que designa parte do nome de Jesus. Não há instrução que possa suplantar a direção que Jesus te dá. Ele não é apenas o maior psicólogo que existiu, com todo o respeito à obra de Augusto Cury. Mas psicólogo não dá conselhos, nem mesmo dá opinião. O que psicólogo faz é uma análise, depois de receber todas as informações do seu paciente, ou cliente, como alguns querem. Em seguida ele tenta fazer com que o paciente enxergue alguma forma de solução ou procedimento a ser adotado. 

O psicólogo mantém com seu paciente uma relação quase, ou até impessoal. Mostra que uma atitude precisa ser tomada, mas não o direciona. Existem razões para isso. Esse profissional pode quebrar o código de ética da classe, caso dê um conselho. A não interferência de um psicólogo é tão exigida que até deu origem à anedota que diz: "Sabe quantos psicólogos precisam para trocar uma lâmpada? R: Um; Mas a lâmpada precisa querer ser trocada".

Conselho é algo que precisa levar em consideração o juízo sobre o certo e o errado. Para os seres humanos isso é limitado ao maniqueísmo, como: dentro/fora, cima/baixo, sim/não, certo/errado, pode/não pode, vida/morte, macho/fêmea. É um eterno antagonismo. Mas para Jesus existem implicações morais nas ações ou omissões do seres humanos, que Ele percebendo o abismo em que o homem pode enfrentar, ele não vai deixar de dar uma direção. Por isso, longe de ser impessoal como o psicólogo, Jesus é amigo. Ele quer construir uma relação de amizade com os seres humanos. Jesus quer amizade com o homem. E mais, ele diz que o homem será seu amigo se fizer o que ele manda, bem como, ele revela aos seus amigos o que ele mesmo vai fazer (João 14,15). Portanto, longe de ser uma relação profissional impessoal, Jesus quer envolvimento direto e irrestrito. Um conselheiro que também abre a própria vida.

Mas Jesus é também o Deus forte. Aquele que tem sobre seus ombros o principado, tem não apenas a autoridade titular, mas a tem em prática. A autoridade de Jesus não tem qualquer restrição. Ele age e ninguém pode impedir (Isaías 43.13). Ninguém pode se livrar das mãos de Jesus, e ao mesmo tempo, ninguém que seja uma ovelha de Jesus pode ser arrebatado das mãos dEle (João 10.27,28). O Deus forte não tem empecilho para sua marcha, e também não há adversário que possa causar insegurança para Seus servos. Uma vez salvos por Cristo, a segurança é eterna. O diabo anda ao derredor, como um leão que busca apanhar a presa, mas o Senhor preserva os Seus, os fortalecendo e mantendo em alicerces bem estruturados e firmes (1ºPedro 5.8,10). O Principado não é caracterizado só pela teoria de autoridade, mas também com poder real, com força de verdade.

Jesus é o Pai da Eternidade. Jesus é aquele que deu a Sua vida por nós, e como tal, nos tornou herdeiros da salvação. Ele é ao lado do Deus Pai, autor da própria eternidade. Nele se originam todas as coisas e o tempo. Nele se origina a vida e Ele é a própria vida (João 14.6). Como fonte e origem da eternidade, Ele é quem pode nos dar vida infindável, ou seja, a vida eterna. Ainda que como Filho isolado Ele não é o Pai, mas sendo um com o Pai, uma pessoa da Trindade, na Trindade, Ele é a fonte do nosso futuro perpétuo no céu. Se recebermos a vida nEle, viveremos eternamente com Ele. Jesus é o Pai da vida eterna.

O Príncipe da Paz. Aquele que substitui todas as nossas aflições e temores pela paz, segurança e confiança de que nada mais nos abalará. Em Isaías 53, Jesus é o Servo sofredor que levou sobre si todas as nossas angústias, enfermidades, tribulações e pecados. Não há nada mais pacificador do que nos tirar o peso de expectação de juízo. O que mais nos rouba a paz é saber que podemos padecer no dia do juízo final em função dos pecados cometidos. E para o pecado existe o salário, que é a morte (Romanos 6.23). De um lado o castigo que nos era reservado em função de nossas transgressões tinha cheiro de morte e perturbação eterna. Do outro lado, Jesus tomou o nosso lugar e sofreu o castigo. Esse castigo sofrido por uma vítima inocente, no caso, Jesus, nos trouxe a paz (Isaías 53.5). Portanto, antes de Jesus nascer, vivíamos em inimizade com Deus. Precisávamos de um reconciliador para fazer um tratado de paz com Deus. Então, Deus enviou seu filho, para que por meio dele pudéssemos ser reconciliados com Deus (2ºCorítios 5. 18,19). E por meio dessa reconciliação, nossos pecados não nos são mais imputados. Não somos mais culpáveis se estivermos em Cristo (2ºCoríntios 5.17). Assim, se confiamos em Cristo, e nEle estivermos, e o recebermos como Salvador, seremos novas criaturas, tudo novo se fará. E a Paz de Cristo viverá em nós e teremos amizade com Deus, sendo com ele reconciliados. 

Um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu, e Ele viveu, cresceu e foi o Maravilhoso, ou seja, Perfeito, para ser condenado em nosso lugar. Conselheiro, o Amigo. Deus Forte, ou seja, de quem ninguém pode ser arrebatado, sequestrado. Pai da Eternidade, autor, origem e fonte de vida inesgotável. Príncipe da Paz. Alguém que assumiu nosso lugar para garantir a nossa segurança e reconciliação com Deus. Foi para isso que Jesus veio. Essa é a essência do evento de hoje. Feliz Natal! Jesus Cristo nasceu!

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