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A oração da fé salva o doente

Por Sergio Aparecido Alfonso

Texto-base Tiago 5.13-18

Está alguém entre vós aflito: Ore. Está alguém contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu a chuva, e a terra produziu o seu fruto.

Algo que deixa a todos preocupados é a doença. Seja uma enfermidade em alguém da família, seja num parente, num amigo, enfim, uma doença que ataca uma pessoa de nosso convívio. Por outro lado, é comum as pessoas se encherem de perguntas quando estão diante de alguém enfermo. Por que será que minha mãe teve câncer? O que aconteceu com fulano para estar tão doente? Por que Deus permite que tais coisas acontecem? E uma pergunta que incomoda muito é: Será que a doença do beltrano não é fruto de pecado?
Veja, a tua mãe pode estar com câncer de pele porque andou no sol por um longo período e repetidas vezes, se expondo a esse perigo. O vizinho está com dengue porque alguém na redondeza não limpou o quintal. Tua tia não foi ao médico quando apresentou alteração de pressão arterial, talvez isso explique o motivo de uma patologia cardíaca, ela não teve tempo de receber o alerta para mudar de hábito. Aquele parceiro de futebol, bem que você havia notado que ele tinha dificuldade para respirar nos últimos jogos, mas ele fumava muito e esse hábito afetou o seu pulmão.
Como se vê, a explicação para o surgimento de determinadas doenças está exatamente na investigação dos procedimentos das pessoas. Nem todos os fumantes têm um enfisema pulmonar, mas não quer dizer que não terão, pois, a possibilidade existe em função do uso do tabaco. Nem todas as pessoas que se expõem excessivamente ao sol têm câncer de pele, mas estão aumentando as possibilidades. A questão é: O que devo fazer quando estou enfermo? Jesus disse que os enfermos precisam de médico (Marcos 2.17). Ou seja, busque a ajuda do médico, Jesus nunca proibiu consultar-se com um. Aliás, Lucas, autor de um dos evangelhos, o que traz o seu nome, e do livro de Atos dos apóstolos, era médico.
Mas o que fazer quando o problema de saúde supera os recursos da medicina? E não são raras as vezes em que a solução apontada pelo médico não é suficiente. O que faço nessa hora? Contate alguém da igreja. No texto que usamos para nosso estudo, Tiago orienta a buscar os presbíteros, pessoas mais maduras com cargo de oficial da igreja. Mas se na tua igreja não tem presbíteros, chame outro oficial. E este virá auxiliar o enfermo em sua luta. O oficial comparecerá com o óleo da unção e com as suas orações. Mas só o presbítero fará oração? Não, quem chamou o oficial da igreja fará orações junto. Chame os presbíteros e ore em parceria com eles (Tiago 5.14). Quem sabe, o intercessor é você mesmo. 
Agora, quanto às perguntas, lembra da que sugere sobre se a doença é fruto de pecado? O texto diz que a oração da fé salvará o doente, o Senhor restabelecerá o enfermo, dando saúde, ânimo e vigor. Por fim, Tiago diz que se houver cometido pecado, o enfermo será perdoado. Mas é importante observar que não foi mencionado que a razão primeira de uma pessoa adoecer é devido ao pecado. Pelo contrário, Tiago usa a preposição "se", empregando-a em sentido de dúvida, ou, parafraseando, se por acaso tiver cometido pecado, será perdoada a pessoa enferma. Portanto, "se houver cometido pecado", para ser acometido de uma doença, não é uma certeza, é uma possibilidade, que pode ou não ser confirmada. 
Jesus foi indagado, certa vez, sobre quem havia pecado para que um cego curado por Ele, tivesse nascido cego. Na oportunidade, os apóstolos chegam a perguntar se foram os pais, ou o filho, no caso, o cego, que houvera cometido pecado para que o pobre coitado nascesse um deficiente visual. Jesus respondeu que não se tratava de alguém ter pecado, mas que tal situação seria solucionada para a manifestação das obras de Deus (João 9.1-3).
Haverá quem insista em se apegar na questão do pecado para que uma enfermidade se instale. Poderá ser alegado: Ah, mas no versículo 16, Tiago diz que deve ser feita confissão de culpa para que o enfermo seja restabelecido. Sim, é verdade. Mas não foi afirmado que a enfermidade hipotética fosse resultado de um pecado, foi dito que as culpas deveriam ser confessadas para que a oração fosse ouvida por Deus. Não se trata de requerer confissão para identificar o pecado que causou a doença, mas a confissão é para que o responsável por orar por alguém, seja justificado para que enfim a oração possa surtir efeito. O final desse versículo 16 diz que a oração do justo pode muito em seus efeitos. Deus não precisa ouvir a oração só dos oficiais da igreja, Ele quer ouvir a oração partindo de um justo, de alguém que não encobre seus pecados.
Portanto, pelo exposto, admite-se a remota possibilidade de uma doença ser resultado de um pecado do enfermo, mas não é a regra. Pelo contrário, na hipótese usada para instrução, trata-se de mera cogitação, sem a menor intenção de julgar ou sustentar o caso como um exemplo de doença usada para provar que o enfermo é um pecador e que está "colhendo o que plantou. Aliás, apessoa que está doente já sofre com a enfermidade, e se adoeceu por causa do pecado, está duplamente sofrendo. Para que espezinha-la? Justifique-se você que vai orar por ela, confessando ao Senhor os teus pecados. Porque é você que tem que ser justo para ser eficaz na oração.
E para finalizar, sabemos que muitas pessoas quando chamadas a orar por alguém, se dizem incapacitadas, outras dizem que não têm fé suficiente para exercer tamanha misericórdia como um intercessor. Bem aventurado foi aquele que leu o texto até o final, e viu nos versos 17 e 18, que mostram que uma pessoa, para alcançar o favor de Deus, não precisa ser um ente sobrenatural que enquanto caminha solta pozinho brilhante por onde anda, nem mesmo fica atravessando de um ambiente para o outro sem abrir a porta. Cuidado, isso pode ser só um fantasma atormentando alguém. Os versos em questão, dizem que havia um homem, o profeta Elias, que era uma pessoa suscetível aos mesmos medos, mesmas alegrias que os demais humanos. Mas ele, o profeta, orou para que não chovesse sobre Israel, e por três anos e seis meses não choveu. Depois orou pedindo o efeito inverso, e novamente foi ouvido. A bíblia diz que Elias orou outra vez, e a chuva caiu sobre a terra que novamente produziu os seus frutos. Elias não era um ser mágico, era só um homem que não tinha vergonha de admitir suas limitações e expor seus medos, como em 1 Reis 19. 3-18, onde ele ora a Deus depois de ter sido ameaçado pela rainha Jezabel. 
Seja você também um intercessor pela vida e pela saúde do próximo. E nunca julgue as pessoas sobre as quais vai orar. Enfermidade não é sinônimo de pecado, e a confissão de pecados é necessária para a justificação e habilitação do intercessor para que ele possa orar com eficácia sobre aqueles que precisarem da oração. 

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